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Repórter Social

Projeto constrói casas de baixo custo em assentamentos rurais

Publicado em 18 janeiro 2008

Um projeto coordenado por pesquisadores em São Paulo levou ao desenvolvimento de tecnologias inovadoras que possibilitaram a construção de 42 casas de baixo custo em um assentamento rural no município de Itapeva, no interior do estado.

O trabalho, desenvolvido no âmbito do projeto Inovarural com recursos do Programa de Tecnologia de Habitação (Habitare), da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), levou em conta a sustentabilidade socioambiental da construção, que teve ampla participação das famílias em todas as etapas de produção. Cada casa teve custo aproximado de R$ 9,5 mil.

Pesquisadores do Grupo de Pesquisa em Habitação e Sustentabilidade (Habis) da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da Universidade de São Paulo (USP) foram responsáveis por um dos destaques do projeto: a implantação da marcenaria coletiva Madeirarte, assumida por mulheres e jovens do assentamento.

Os projetos arquitetônicos e os materiais escolhidos para a construção das casas de 75 metros quadrados — área superior a de programas habitacionais tradicionais — foram discutidos coletivamente com os moradores. Algumas das soluções encontradas para a redução do custo envolveram materiais alternativos, com desenvolvimento de uma viga laminada-pregada (VLP), janelas produzidas com madeira de plantios florestais na marcenaria coletiva e a casa de adobe (feita de tijolo de argila seco ou cozido ao sol).


Grupo interdisciplinar

O Inovarural começou em 1998 com apoio do Programa de Pesquisa em Políticas Públicas da FAPESP. Quando o projeto terminou, em 2004, o grupo responsável buscou recursos junto ao Habitare.

No início, o Habis trabalhava com projetos de habitação voltados para a cadeia da madeira, procurando viabilizar a produção de habitação social com recursos provenientes de plantios florestais. A idéia era aproveitar o imenso potencial florestal da região do sudoeste paulista.

Interdisciplinar, o grupo formado por arquitetos, comunicadores, engenheiros civis e florestais contou com parcerias com a Universidade Estadual Paulista (Unesp) e com a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP.

A marcenaria está sendo incubada na Inocoop da Universidade Federal de São Carlos e já está produzindo esquadrias para o projeto atual, em um assentamento na região de Ribeirão Preto.