A relação entre o uso de drogas e a cena da música eletrônica está entre as pautas preferidas dos noticiários da imprensa brasileira Apesar da seriedade do assunto, o mesmo e sempre abordado com sensacionalismo e hipocrisia, não trazendo nenhum efeito positivo para os maiores interessados, os usuários. No Brasil, ainda não existe um trabalho preventivo que seja esclarecedor sobre aos danos causados pelas drogas sintéticas, como por exemplo o ecstàsy e que trate o assunto com uma linguagem adequada aos jovens sem gerar um sentimento hostil e hipócrita em toda a sociedade. Mas isto parece que pode começar a mudar: o Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo iniciou um projeto neste mês chamado Baladaboa, a primeira intervenção preventiva brasileira direcionada a usuários de ecstasy.
Aprovado pelo Comitê de Ética da instituição, tem o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), o Baladaboa foi planejado a partir dos resultados de testes e pesquisas diagnostica das com 1.140 usuários de ecstasy. Um princípio básico do projeto Baladaboa e a transmissão de informações comprovadas baseadas na ciência e não em ideologias morais ou políticas. Somente de posse de informações fidedignas usuários de ecstasy poderão assumir com responsabilidade as conseqüências de suas escolhas pessoais. Entre as primeiras ações deste trabalho de redução de riscos, está a distribuição de flyers com informações e recomendações para que o uso do ecstasy seja feito com menores riscos. Alguns trazem a composição química dos comprimidos e as conseqüências da sua combinação com outras drogas, como álcool, lança-perfume ou maconha. Outros relatam os sintomas de uma intoxicação grave, falam da "deprê" que pode rolar depois que o efeito passa, batem na tecla do uso da camisinha e alertam o perigo de dirigir sob efeito da droga.
Mais informações acesse: www.baladaboa.org