A fim de potencializar os intercâmbios entre o Brasil e outros países, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) tem lançado vários editais para fomentar projetos de pesquisa colaborativos. Um deles, iniciado recentemente, o IMBICONT, foi idealizado conjuntamente pelo professor Ítalo Delalibera Junior, do Departamento de Entomologia e Acarologia da Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" (USP/ESALQ) e pela dinamarquesa University of Copenhagen.
Financiado pela FAPESP e pelo The Danish Council for Strategic Research (DCSR), órgão de fomento dinamarquês, o projeto pretende aprimorar o controle biológico para o Manejo Integrado de Pragas (MIP) em fruteiras e morango, e será realizado simultaneamente por uma equipe no Brasil e na Dinamarca.
Como pesquisador responsável pelo projeto, o professor Delalibera explica que um dos objetivos do projeto é expor a viabilidade do uso do controle biológico. "A gente tem desenvolvido bastante coisas, algumas delas estão no mercado. A ESALQ tem essa tradição. Os primeiros produtos microbianos para o controle de pragas registrados no Brasil foram desenvolvidos aqui", afirma o professor.
Apesar de o clima da Dinamarca ser temperado e o do Brasil ser tropical, a cultura do morango é comum entre os dois países. “O morango apresenta muitos problemas com resíduo de pesticidas químicos e a principal praga aqui também é um problema importante nos países nórdicos. Apesar de o Brasil ser um dos países que mais usa controle biológico em grande escala e áreas extensas, esse ainda não é o caso desta cultura”.
O projeto foi iniciado nesse primeiro semestre, terá duração de três anos e realizará intercâmbios de alunos entre Dinamarca e Brasil. No dia 13 de agosto, houve a primeira reunião do IMBICONT na ESALQ. Nela, o professor Ítalo reuniu-se com os pesquisadores da Dinamarca Jorgen Eilenberg, Annette Bruun Jensen, Lene Sigsgaard e Jen Erik Orum, da Noruega Ingeborg Klingen e dos EUA Richard Humber, além do representante do Consulado Dinamarquês Ander Odegaard Christiansen. “Nós nos encontramos para a elaboração do projeto em um congresso internacional e, desde então, temos algum contato por Skype. Mas essa foi a primeira reunião presencial para definirmos as partes mais importantes, já que o projeto está começando agora”, explica Delalibera.
No final desse ano e no ano que vem, serão realizados workshops e reuniões na Dinamarca, envolvendo treinamentos de controle biológico, das quais participarão estudantes esalqueanos. Segundo o professor, a ideia da FAPESP e do órgão de fomento dinamarquês é aumentar a integração, não somente visando resolver problemas agrícolas e controle de praga, mas estabelecer uma relação de longo prazo institucional que aumente o intercambio estudantil. “Um componente importante do projeto é a parte de treinamento e intercambio estudantil. Há alunos de doutorado meus que vão ser co-orientados por professores na Dinamarca, assim como eu co-oriento estudantes de lá”, afirma.