Ser pequeno não precisa ser, enfrentar dificuldades com produtos e processos de produção. Uma parceria entre o Sebrae e o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) tem ajudado micro e pequenas indústrias a adaptar seus produtos ao mercado, garantindo desde maior qualidade até adequação a normas técnicas e redução de custos. O resultado é maior rentabilidade e produtividade.
O programa é o Prumo, uma espécie de pronto-socorro tecnológico da pequena empresa. Já atendeu, desde 2000, perto de 300 pequenas indústrias paulistas nas áreas de plásticos, móveis e madeira, borracha, couros e calçados.
Utilizando unidades móveis (vans) dotadas de equipamentos laboratoriais portáteis, operados por engenheiros e técnicos, o programa vai até a fábrica para resolver "in loco" os problemas tecnológicos da empresa, checando da matéria-prima ao processo e produto acabado. Segundo Roberto Garcia, técnico do IPT e coordenador operacional do programa, o atendimento na fábrica dura, no máximo, dois dias.
A estimativa para este ano é que se chegue a um total de 480 empresas atendidas. O Sebrae investirá perto de R$ 1 milhão. A Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de SP) financia as Unidades Móveis.
Custo reduzido
Os custos do atendimento são cobertos pelo Sebrae, que responde por cerca de 70% do valor, e pelas próprias empresas que recorrem ao programa.
"O Prumo surgiu porque detectamos nas micro e pequenas empresas muitas carências técnicas, de infra-estrutura. É um programa de São Paulo, mas já está havendo parcerias com estados como Ceará, Bahia e Paraná", diz Tarso de Azevedo, consultor do Sebrae.
Ele explica que há duas portas de entrada no Prumo: o contato direto das empresas com o IPT ou com um dos 35 escritórios do Sebrae em São Paulo.
"Os problemas mais freqüentes que detectamos, por meio de entrevistas, e depois fazendo vários testes e ensaios, são desperdícios na produção. Muitas vezes a empresa não realiza os ensaios adequados para saber como trabalhar a matéria-prima", afirma Azevedo. "Outra situação comum é existir, por exemplo, uma peça plástica fora do padrão. A empresa pode até reutilizar esse material, mas será um retrabalho. Estará usando mais horas/homens, mais tempo de maquinário, mais energia elétrica. Fazendo os estudos e testes adequados, a gente pode evitar esses problemas".
"Nosso trabalho é ajudar as empresas que necessitam de tecnologia e, muitas vezes, não têm recursos para investir nisso. Conseguimos reduzir o índice de refugos, melhorar a produtividade e, conseqüentemente, o faturamento". explica Garcia, do IPT.
Segundo ele, que também faz o pós-atendimento das empresas que passam pelo Prumo, a grande maioria registra bons resultados. Destaca que antes de a unidade móvel ir até a fábrica, engenheiros fazem uma primeira visita e um diagnóstico da situação da fábrica. Agendada a visita da unidade móvel, o que pode levar em média 30 dias, o atendimento é feito em dois dias (total de 16 horas). O Sebrae arca com um custo de R$ 2 mil e a empresa paga R$ 660 pelo atendimento.
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Diário de S.Paulo