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Professores da USP decidem suspender a greve; na Unicamp, paralisação permanece

Publicado em 11 junho 2007

Os professores da Universidade de São Paulo (USP) decidiram suspender a greve, decretada no último dia 23, em uma assembléia realizada nesta segunda-feira. Já os estudantes, que ocupam a reitoria da universidade há 39 dias, farão uma assembléia na terça-feira, às 18h, em frente ao prédio ocupado. Ao contrário dos professores da USP, a Associação dos Docentes da Unicamp (Adunicamp) decidiu pela manutenção da greve em reunião realizada nesta segunda-feira. Uma nova assembléia será realizada na quinta-feira às 9h.

Conversa Afiada: Professores da USP encerram greve

Governo estuda ação contra ocupação da reitoria da USP

Segundo a Associação dos Docentes da USP (Adusp), já teria sido aprovado, na semana passada, um indicativo de suspensão da greve, que acabou nesta segunda-feira. Os professores conseguiram um reajuste salarial de 3,37% com a reitoria da universidade.

Estudantes

Desde o último dia 3 de maio, estudantes da USP ocupam o prédio da Reitoria da universidade. A maior reivindicação dos alunos é a derrubada de cinco decretos do governador do Estado, José Serra, que alteram as regras de administração, orçamento, contratação e salários em universidades paulistas.

Essa, no entanto, não é a única reivindicação dos alunos. Eles divulgaram uma lista com 17 pedidos ao governo de São Paulo e à reitoria da universidade. Saiba quais são alguns deles:

Pauta de Reivindicações dos Estudantes que ocupam a Reitoria da USP

1. Aumento de verbas para a Educação Pública, os quais foram aprovados pela Assembléia Legislativa e, posteriormente, vetados pelo Governo do Estado de São Paulo (gestão Alckmin/ Lembo e mantida pelo Governo Serra). Que a LDO ( Lei de Diretrizes Orçamentárias) de 2007 reponha os aumentos vetados pelo Executivo.

2. Revogação de todos os decretos impostos neste ano pelo Governador José Serra acerca da Educação no Estado (como os de nº. 51.460, 51.461, 51.471, 51.636, 51.660), os quais representam um forte retrocesso para a universidade pública na medida em que atacam explicitamente sua autonomia.

Tais determinações agridem não só em relação à gestão financeira, mas também no que concerne a sua função máxima: o ensino e a pesquisa autônomos, livres de interesses mercadológicos e meramente instrumentais. Institucionalizam a separação do tripé ensino, pesquisa e extensão, dividindo ainda mais a articulação no interior da educação pública, priorizando cursos e pesquisas de cunho operacional, ou seja, orientadas explicitamente por uma lógica mercantil. Separam a Fapesp e o Centro Paula Souza (Fatecs e Etes) das Universidades, antes submetidas à Secretaria de Ciência e Tecnologia, agora seccionadas em Secretaria do Ensino Superior e Secretaria do Desenvolvimento. Por fim, suspendem a contratação autônoma de funcionários e professores, abrindo espaço para o acirramento do processo de terceirização e precarização do trabalho.