A professora da Faculdade de Ciências Sociais da Universidade Federal de Goiás (FCS/UFG) Laís Thomaz foi nomeada para a Secretaria Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (SNPGB) no Ministério de Minas e Energia (MME). Ela vai atuar como assessora do secretário Pietro Mendes, trabalhando no departamento de biocombustíveis e ampliando a agenda internacional com o Brasil.
Laís ocupava a função de secretária de Relações Internacionais da Universidade desde 2022 e desenvolveu pesquisas na área de biocombustíveis. Além disso, participou da formulação da Política Nacional de incentivos a biocombustíveis conhecida como Renovabio desde 2017. A Câmara dos Deputados aprovou no mês passado o Projeto de Lei ‘Combustível do Futuro’, que cria programas nacionais de diesel verde, de combustível sustentável para aviação e de biometano, além de aumentar a mistura de etanol e de biodiesel à gasolina e ao diesel.
“O Programa Combustível do Futuro é uma grande política de Estado que envolve muitos produtos desde a integração de políticas já existentes bem como de políticas específicas para diesel verde, combustível sustentável para aviação e biometano, além de aumentar a mistura de etanol a gasolina e de biodiesel no diesel. Espera-se que o Senado aprove o PL e logo siga para a sanção presidencial para avançarmos nas múltiplas frentes de trabalho e de perspectivas para avançar nessas pautas de nossa transição energética”, explica Laís Thomaz.
O convite para integrar a equipe do Ministério de Minas e Energia veio em decorrência da atuação acadêmica da professora. Além de ter sido voluntária no GT de formulação da Renovabio, ela também integrou a Rede Brasileira de Bioquerosene de Aviação como pesquisadora. Participou do Subcomitê ProBioQAV do Programa Combustível do Futuro, atuando diretamente no estudo de Governança e Políticas Públicas liderado pela Agência de cooperação alemã GIZ, que subsidiou a formulação do projeto de lei que definiu um mandato para o Combustível Sustentável de aviação (SAF em inglês) no Brasil.
A professora explica que foi convidada à integrar a Rede Brasileira de Bioquerosene de Aviação RBQAV pela coordenadora Profa Amanda Gondim da UFRN. “Este é um Projeto do MCTI liderado pelo Rafael Menezes. Em 2020 quando foi instituído o subcomitê ProBioQAV no âmbito do Programa
combustível do Futuro fui convidada a fazer um estudo para avaliar o estado das políticas e incentivos ao Combustível Sustentável de Aviação a convite da Agência de cooperação alemã para justamente subsidiar o MME com boas práticas internacionais”.
Dessa forma, ela acompanhou as audiências dentro do subcomitê ouvindo todas as partes interessadas e observando o que outros países estavam construindo em termos de marcos regulatórios. Esse também foi o escopo da pesquisa liderada pela UFJF e Secretaria de Aviação Civil do Ministério de Portos e aeroportos para estudar outros países nessa direção e realizar visitas técnicas para compreender as principais mudanças ou não nas estruturas de aeroportos e de apoio a mecanismos de monitoramento e avaliação destas políticas já implementadas nos Estados Unidos, Noruega, Finlândia e Países Baixos.
“O Brasil já é uma referência mundial na produção de biocombustíveis e pode desenvolver grande potencial para produção de SAF, haja vista sua abundância de matérias-primas. Dessa forma, para o país, desenvolver a indústria de SAF pode gerar mais empregos e maior desenvolvimento da indústria nacional”, pontua Laís.
Desde sua graduação, a professora Laís tem se dedicado à pesquisa e atuação na política energética, com foco nos grupos de interesse do etanol nos Estados Unidos. Seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) foi reconhecido com o prêmio Top Etanol de 2011. Essa área também foi o tema de sua pesquisa de mestrado, que foi posteriormente publicada como livro pela Editora Unesp e recebeu reconhecimento durante a “National Ethanol Conference” no Texas, Estados Unidos, em 2015.
Em 2023, ela foi nomeada representante da Sociedade Civil no Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), órgão vinculado à Presidência da República. Sua atuação na área de Combustível Sustentável de Aviação recebeu destaque em veículos de mídia nacional, como o Fantástico (Rede Globo), National Geographic e Revista Fapesp, além de ter contribuído com artigos de opinião no Estadão, entre outros.
Professora do curso de Relações Internacionais da Universidade Federal de Goiás. Pesquisadora de Pós-Doutorado e Professora colaboradora do Programa de PósGraduação em Relações Internacionais San Tiago Dantas – Unesp, Unicamp e PUC-SP, no qual obteve os títulos de Doutora e Mestre na área de Instituições, Processos e Atores (linha de pesquisa: Relações Exteriores dos Estados Unidos), com estágio de pesquisa de doutorado na Georgetown University (BEPE/Fapesp).
Pesquisadora do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Estudos sobre os Estados Unidos (INCTINEU), do Núcleo de Estudos sobre a Política Externa dos Estados Unidos (NEPEU) e do Instituto de Gestão Pública e Relações Internacionais (IGEPRI). Bacharel em Relações Internacionais pela Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Filosofia e Ciências – campus de Marília. Especialista em Lobbying com formação pelo Public Affairs and Advocacy Institute (PAAI – Washington, DC) e European Public Affairs and Advocacy Institute (EPAAI – Bruxelas) ambos vinculados a American University, e pelo European Summer Institute on the Future of Europe (Praga, República Tcheca).
Assistente de pesquisa no Americas Program do think tank Center for Strategic and International Studies (CSIS – Washington, DC) em 2015. Membro do Conselho de Diretores da Advanced Biofuels USA. Colaboradora do relatório da UNCTAD “Second-Generation Biofuel Markets: State of Play, Trade and Developing Country Perspectives” de 2016.