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Sinquisp - Sindicato dos Químicos, Químicos Industriais e Engenheiros Químicos do Estado de São Paulo

Professora da IQ-Unicamp coordena pesquisa de bactérias anticancerígenas encontradas no solo

Publicado em 03 fevereiro 2012

Com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo - Fapesp através do Programa Jovens Investigadores em Centros Emergentes, a saga por novas descobertas relativas a drogas imunossupressoras, anticancerígenas ou antibióticas, pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas - Unicamp têm se debruçado sobre o estudo de microrganismos existente no solo, conhecidos como actinobactérias.

A pesquisa, que é coordenada pela professora do Instituto de Química da Universidade Luciana Gonzaga de Oliveira, leva em conta que os fungos são os maiores produtores de moléculas, conhecidas como metabólitos secundários. De início, é curioso observar que esses metabólitos fazem parte dos processos de crescimento, desenvolvimento e reprodução, além de muitos apresentarem propriedades bioactivas (podem ser usados no desenvolvimento de medicamentos).

Muitos antibióticos foram desenvolvidos há mais de 50 anos e são usado até hoje em diversos medicamentos. Para o caso das actinobactérias, os pesquisadores - que contam com a participação de um aluno de mestrado e seis de Iniciação científica - investiram no sequenciamento total do genoma de muitas delas, comemorando a descoberta de genes associados à produção de metabólitos secundários ainda desconhecidos.

Por conta do alto valor do investimento para sequenciar todo o genoma das actinobactérias estudadas (cerca de R$ 30 mil pelo mapeamento completo do genoma de um microrganismo), o grupo tem mapeado os fragmentos genéticos responsáveis pela produção das enzimas PKSs e NRPSs, estimando o potencial biossinético de diversas linhagens de actinobactérias.

O objetivo - em um futuro próximo, torcem os pesquisadores - é que seja possível sequenciar por completo as duas linhagens, o que tornaria a pesquisa ainda mais avançada e a um passo de criar novos medicamentos que beneficiariam os seres humanos para os próximos 50 anos