Trazer o aluno para a realidade dos grandes centros de pesquisas, discutindo temas da atualidade, é o principal objetivo da FMRP (Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto) da USP e da Fundação Hemocentro. Por meio do Centro de Terapia Celular, apoiado pela Fapesp (Fundação de Apoio a Pesquisa no Estado de São Paulo), foi criado um curso de extensão para fazer a divulgação da ciência junto às escolas de ensinos fundamental e médio.
"Além de atingir o professor, dando um curso de especialização e aprimoramento pedagógico, nós queríamos oferecer ao aluno condições de acesso à esta tecnologia e sistema pedagógico diferenciado. Assim criamos um programa específico para eles", comenta o professor da Faculdade de Medicina e diretor do Hemocentro, Dimas Tadeu Covas.
"Os alunos têm uma programação e podem participar de exposição de ciências, além de ajudar na elaboração de mostras em geral. No último curso, cerca de 400 alunos tiveram esta oportunidade", observa Covas. As aulas são ministradas por pesquisadores do Centro e de outras regiões e, até o final de setembro, uma nova turma deverá ser montada. "Para ampliar ainda mais o acesso dos professores e da comunidade ao centro, estamos reformando a casa no campus que deverá ser liberada até setembro", observa Covas.
O trabalho segundo ele, envolve mais de 50 pesquisadores que estão envolvidos em diversos tipos de pesquisa. "Boa parte destes profissionais participa em algum momento do curso ministrado com uma grade de 380 horas com aulas teórica e prática nos laboratórios de pesquisa".
Cientista júnior
Além de poder participar das aulas do curso de extensão, através do programa "Caça talentos", desenvolvido em parceria entre a USP e Fapesp, os estudantes participam do projeto "Cientista júnior".
"Depois de identificar jovens talentos, eles passam por uma seleção e os aprovados são selecionados em nível estadual", explica o diretor. Covas ressalta que toda a comunidade tem acesso as teses e pesquisas desenvolvidas no centro através do site http://pegasus.fmrp.usp.br/casadaciencia.
Uma das bolsistas é Pâmela Cristina da Silva que, aos 15 anos, está no 1º colegial. Ela foi um dos quatro estudantes selecionados pelo programa.
"Eu conheci o trabalho do Hemocentro através da minha professora de Biologia me convidou para freqüentar o curso de extensão. Daí ela deu um trabalho na escola, com os alunos, aplicando os conhecimentos adquiridos e os que demonstraram maior interesse participaram da seleção da USP", aponta a jovem.
Para a seleção, ela montou uma peça de teatro sobre a agonia de uma célula, que tratava sobre replicação virai. Sem descartar a área de Biologia, ela antecipa que o seu sonho é a Medicina.
"Mas este curso está me ajudando muito na escola, principalmente na produção de textos e nas aulas de Biologia que ficam mais fáceis". Temas como as pesquisas relacionadas a célula tronco são os seus preferidos.
Notícia
A Cidade (Ribeirão Preto)