Desde novembro, a Comissão Internacional de Educação em Física (International Comission on Physics Education - IPCE), que busca promover a troca de informações e opiniões entre a comunidade desse setor no mundo, está com uma nova formação para o período 2011-2014.
Entre seus 12 membros, foi escolhido um brasileiro: Roberto Nardi, professor do Departamento de Educação e vice-coordenador do Programa de Pós-Graduação em Educação para a Ciência da Faculdade de Ciências (FC), câmpus de Bauru.
Para o especialista, um dos desafios da comissão é despertar o interesse dos jovens pelas ciências, em especial pela física, o que levaria mais universitários a se dedicar ao ensino da disciplina.
"Temos que formar mais professores, que tenham também uma melhor formação para sua atividade", esclarece, acrescentando que o sucesso desse esforço depende de políticas públicas voltadas para melhoria das condições salariais e de trabalho dos profissionais da rede pública brasileira.
Outro objetivo da comissão, na visão de Nardi, é colaborar para que o conhecimento já produzido pela educação em física seja incorporado ao preparo dos professores do ensino fundamental - dos mais jovens aos veteranos. Ele ressalta que, no caso do Brasil, instituições como o Ministério da Educação e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) têm apoiado projetos que unem as equipes universitárias aos profissionais da rede de ensino básico.
Nardi assinala que também é necessário "atualizar" o ensino de sua ciência, que geralmente transmite uma idéia já ultrapassada de suas investigações.
"Precisamos aproximar a Física de ponta da escola", conclui. Segundo o educador, conhecer o mundo da física não é valioso apenas para os que vão se dedicar a essa área, mas também para a própria alfabetização científica da sociedade. "A fabricação de todos os equipamentos com tecnologia mais avançada se baseiam em conhecimento gerado em nosso campo", argumenta.