Notícia

Correio Popular (Campinas, SP)

Professor encerra greve na Unicamp

Publicado em 15 junho 2007

Por Da Agência Anhangüera

Mas alunos da universidade mantêm a paralisação iniciada no dia 16 passado

Os professores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) decidiram ontem suspender a greve a partir da próxima segunda-feira. Neste dia, às 15h, acontece uma nova rodada de negociação entre o Conselho dos Reitores das Universidades do Estado de São Paulo (Cruesp) e o Fórum das Seis, entidade que integra os servidores das três universidades paulistas: Unicamp, Universidade São Paulo (USP) e Universidade Paulista (Unesp). A greve parcial na Unicamp foi iniciada no dia 24 de maio. Segundo informou o vice-presidente da Associação dos Docentes da Unicamp (Adunicamp), Edmundo Fernandes Dias, uma das mais importantes vitórias da categoria foi o recuo do governo do Estado em decretos que, na opinião dos docentes, afetavam a autonomia da universidade.
"Ainda assim, ficam questões de como vamos lutar daqui para frente pela defesa da universidade pública paulista, questões pendentes do ponto de vista de infra-estrutura, do ponto de vista da ligação da Secretaria de Ensino Superior com os interesses do sistema privado", afirmou Dias. "Acabamos com a greve, mas não com a defesa da universidade pública paulista."
A Adunicamp informou que será elaborado um abaixo-assinado a favor da autonomia política, acadêmica e financeira das universidades públicas paulistas, considerando a extinção da Secretaria de Ensino Superior; o reagrupamento das três universidades estaduais (USP, Unesp e Unicamp), do Centro Paula Souza (Ceeteps) e da Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo (Fapesp) e ainda o repúdio "a qualquer tipo de punição a todos que se mobilizaram em defesa da universidade". A Adunicamp e o Sindicato dos Trabalhadores da Unicamp (STU) afirmam que o movimento saiu vitorioso, mas que ainda é preciso lutar para promover a unidade da educação.
Os alunos da Unicamp também se reuniram em assembléia. O resultado, porém, foi pela continuidade da greve. A universidade registra paralisação estudantil em ao menos 12 dos 58 cursos. A greve começou no dia 16 em dois institutos.
Segundo informações do Diretório Central dos Estudantes, até ontem à tarde havia paralisação total de alunos no Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Instituto de Artes, Instituto de Estudos da Linguagem e Educação. A estimativa da universidade era de que, até terça-feira, ao menos 3,5 mil dos 17,5 mil alunos estavam em greve.
Segundo informou Diego Machado de Assis, de 21 anos, um dos representantes do Diretório Central do Estudantes, os alunos pedem 33% do Orçamento do Estado em 2008 em verbas para a educação, 11,6% para universidades estaduais. Além dos pedidos da pauta unificada, alguns institutos solicitam contratação de professores e reforma de prédios.
Já o STU informou que, na próxima terça-feira, haverá assembléia, às 10h, para votar o indicativo de suspensão da greve. (Com a Agência Estado)