Uso de nanocompostos deixam a produção do biocombustível mais barata
Pesquisa realizada no Departamento de Química da UFSCar apresenta resultados promissores no uso de nanomateriais que aceleram a produção de biodiesel.
O estudo foi apresentado na revista e mostra que o uso de nitretos de carbono na reação que transforma óleos vegetais no biocombustível resulta em tempo menor de produção e melhor qualidade
O biodiesel é uma alternativa renovável ao diesel convencional , que é produzido a partir do petróleo. Óleos e gorduras podem ser transformados após reação química com álcool, que é acelerada por meio de catalisadores.
Atualmente, o diesel vendido nos postos de combustíveis é formulado com 13% da versão “verde “. O país mantém planejamento para ampliar o percentual até 15% em 2026. As alterações devem pressionar a demanda por biodiesel, o que fará que a indústria busque por alternativas produtivas mais eficientes.
Estudiosos de São Carlos, em trabalho que envolveu a Universidade Federal de Minas Gerais e o Max Planck Institut, da Alemanha, testaram sete tipos de nanomateriais à base de nitreto , segundo o professor da UFSCar Ivo Freitas Teixeira, um dos autores da pesquisa.
“Nosso grupo investiga esses materiais há alguns anos e desenvolvemos métodos para modular sua superfície, de modo a permitir que se comportem como catalisadores ácidos ou básicos. Catalizadores apresentam uma série de aplicações, dentre elas o uso na reação para produzir biodiesel a partir de óleos vegetais”, explicou.
Na produção com nitretos de carbono, os pesquisadores locais conseguiram redução de custos pela capacidade de reutilização do catalizador , que tem aspecto sólido, e pelo menor custo do material – que basicamente é formado por carbono e nitrogênio.
“Além disso, o biodiesel obtido se mostrou dentro das especificações exigidas, não necessitando nenhum pós-tratamento, como, por exemplo, o ajuste de pH” , relata.
Os cientistas esperam que o trabalho abra caminho para explorar o desempenho de diferentes materiais para uma produção mais sustentável e eficiente do biocombustível.
Bruno Moraes