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ECA - Escola de Comunicações e Artes

Privilégios da branquitude são tema do Diversidade em Ciência desta semana

Publicado em 23 julho 2019

No Diversidade em Ciência desta semana, Ricardo Alexino Ferreira entrevista Lia Vainer Schucman, doutora em Psicologia Social pelo Instituto de Psicologia da USP e autora da tese financiada pela Fapesp “Entre o ‘encardido’, o ‘branco’ e o ‘branquíssimo’: raça, hierarquia e poder na construção da branquitude paulistana”.

Durante o programa, Lia Schucman irá apresentar os resultados de sua pesquisa e como a ideia de raça e os significados acerca da branquitude são apropriados e construídos por sujeitos brancos na cidade de São Paulo. Como metodologia, a pesquisadora entrevistou indivíduos que se autodefiniram como brancos e investigou como eles pensavam a questão da identidade étnica.

Segundo ela, “a branquitude é entendida como uma construção sócio-histórica produzida pela ideia falaciosa de superioridade racial branca, e que resulta, nas sociedades estruturadas pelo racismo, em uma posição em que os sujeitos identificados como brancos adquirem privilégios simbólicos e materiais em relação aos não brancos”.

“Uma das características mais marcantes da branquitude é que o sujeito branco tem uma ideia de que ele é normal. Ou seja, ele é a norma e o outro, diferente. Logo, o branco já tem, de partida, um privilégio muito grande: ele não carrega sua raça. Se ele roubar, vão falar ‘aquele homem, o João, roubou a loja’. Nunca será ‘os brancos’ roubaram a loja. Enquanto que em outros segmentos racializados – índios, negros e outros –, o indivíduo sempre carrega um grupo. Ou seja, se o indivíduo negro roubou uma loja, logo será dito que os negros roubam”, explica.

A tese de Lia Schucman transformou-se no livro “Entre o ‘encardido’, o ‘branco’ e o ‘branquíssimo’: raça, hierarquia e poder na construção da branquitude paulistana”, editado pela Fapesp/Annablume. Schucman é também pós-doutora pelo Instituto de Psicologia da USP. A sua pesquisa foi transformada no livro “Famílias inter-raciais: tensões entre cor e amor”, pela Editora da UFBA (EdUfba).

Gravado nos estúdios do Departamento de Comunicações e Artes (CCA), Diversidade em Ciência é um programa de divulgação científica, voltado para as ciências da diversidade e os direitos humanos e vai ao ar toda segunda-feira, às 13h, e aos sábados, às 14h, sendo reapresentado às terças-feiras, às duas horas da manhã, com direção e apresentação do jornalista, professor do Departamento de Jornalismo e Editoração (CJE) e membro da Comissão de Direitos Humanos da Reitoria da USP, Ricardo Alexino Ferreira, com operação de áudio de João Carlos Megale.