Estudos apontaram um conjunto de 17 doenças que atingiram níveis baixos de vacinação na década passada
Uma das principais ferramentas do aumento da expectativa de vida das últimas gerações, a vacinação, por incrível que pareça, passou a ter desde os anos 2010 uma cobertura cada vez menor. O problema também se deu no Brasil e o atual governo divulgou números que mostram uma recuperação, apesar de ainda não estar claro se esse movimento vai se consolidar. De qualquer forma, o Ministério da Saúde precisa ampliar as campanhas, tanto no aspecto do marketing de convencimento como no gerencial, levar as imunizações a pontos distantes do País, identificar a tempo áreas de baixa proteção vacinal e empregar meios tecnológicos para atingir uma eficiência nessa tarefa.
esta semana foi deflagrada a campanha nacional de vacinação contra poliomielite, cuja queda da cobertura pelo imunizante se tornou um problema mundial. A meta do Ministério da Saúde é chegar a 95% das crianças protegidas, bem acima dos 72% de 2022, e com níveis baixíssimos em alguns estados, como de 44% na Paraíba, de acordo com a própria pasta. A gestão atual afirmou, com base em dados do ano passado, que melhorou a imunização com oito vacinas, revertendo uma tendência regressiva que se verificava desde 2016.
A pólio caminhava para a erradicação mundial, mas há dois anos foram registrados casos no Afeganistão e Paquistão, que são países vizinhos, e em Moçambique, no sul da África. Com o aumento do tráfego aéreo e da imigração, essas contaminações se tornaram um risco potencial, inclusive para o Brasil. Segundo levantamento da assessoria do Instituto Bio-Manguinhos/Fiocruz, depois do Haiti, o Brasil é a nação das Américas mais ameaçada pela volta da doença devido à baixa cobertura. Ainda que se critique os governos, especialistas dizem que o recuo acentuado de casos de doenças que tiveram altíssimo percentual vacinal trouxe a impressão errônea de que a contaminação não era mais possível.
Além disso, avançou pelo Brasil o movimento internacional antivacina, estimulado por notícias falsas nas redes sociais, a ponto de enfraquecer a confiança de parte da população nos imunizantes. Foi o caso do sarampo, cuja incidência se concentrava em algumas regiões da Europa, se espalhando para outras partes do globo. Estudos recentes apontaram, segundo a revista FAPESP, que um conjunto de 17 enfermidades atingiu níveis baixos de vacinação em 2016.
Notícias divulgadas neste ano apontam que vacinas ofertadas, como as da gripe e covid, também demoram a atingir um nível satisfatório de cobertura, o que é ruim para a efetividade de uma campanha de imunização, que em pouco tempo precisa registrar grande percentual de aplicação como forma de bloquear qualquer possibilidade de avanço de uma doença em um ponto do País. Portanto, vale reforçar que a vacinação é fundamental, salva vidas e é segura, qualidades que os governos precisam ressaltar junto à população.
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