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Primeiro navio oceanográfico feito no Brasil atraca antecipadamente no Recife

Publicado em 17 julho 2013

Por Marília Neves

O primeiro navio oceanográfico construído por completo em solo brasileiro atracou no Porto do Recife com um dia de antecedência, nesta quarta-feira (17). Vindo de terras cearenses, onde foi construído, o Alpha Delphini vai abrigar, por um período de aproximadamente duas semanas, cerca de dez pesquisadores, entre estudantes da graduação, mestrandos e docentes.

A partir desta quinta-feira (18), a embarcação já entra em funcionamento nas localidades mais próximas às costas do Recife e de Itamaracá. Na próxima segunda-feira (22), o navio deve partir para a ilha de Fernando de Noronha.

A pesquisa é uma parceria entre a Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), através do financiamento conjunto das Fundações de Amparo à Pesquisa dos Estados de São Paulo e de Pernambuco, de siglas FAPESP e FACEPE, respectivamente. De acordo com a professora doutora do Instituto Oceanográfico da USP, Elisabete Braga Saraiva a parceria é enriquecedora.

“É importante essa conexão por conta da troca de conhecimentos entre as duas instituições de ensino. Como a pesquisa é voltada ao largo pernambucano, os pesquisadores da UFPE possuem mais experiência e podem repassá-la para a gente”, relata Elizabete.

Eles vão observar, além de outros pontos, o nível de carbono nas águas oceânicas de Pernambuco. O professor doutor da UFPE, Manuel Flores Montes, biólogo com especialização em Oceanografia, explica a importância de estudar tal aspecto. “A partir da análise da quantia do CO2 orgânico e inorgânico na água é possível analisar a acidificação dela. Dependendo do nível de acidez, os micro-organismos podem ser afetados”, resume Flores, que nasceu em El Salvador e mora no Recife há 35 anos.

Segundo o estudante Leonardo Bertini (USP), de 21 anos, quando a água apresenta em abundância aquele gás, geralmente é porque tem pouco oxigênio. “Isso gera um fenômeno chamado de eutrofização”, explica. A mestranda Ana Tereza Bastos, de 23, exemplifica sobre as consequências dessa condição. “Ele ocorre, por exemplo, quando há lançamento de esgoto nos oceanos”, informa.

Especial para o FolhaPE