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Pressão das mudanças climáticas na costa paulista e pernambucana

Publicado em 07 julho 2014

Por Sucena Shkrada Resk

Um novo desenho da região costeira paulista e pernambucana é previsto com a intensificação da elevação do nível do mar e do regime de ondas, por causa das mudanças climáticas aceleradas pelo ser humano. A essa conclusão chega a pesquisa Vulnerabilidade da zona costeira dos estados de São Paulo e Pernambuco: situação atual e projeções para cenários de mudanças climáticas. Foram três anos de estudo de impactos sofridos em quatro praias. Uma fica em Ilha Comprida e outra em Massaguaçu, em Caraguatatuba (SP), e as outras duas são a de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes, e do Paiva, em Cabo de Santo Agostinho (PE). A ideia foi detectar as diferenças presentes entre áreas urbanas e menos habitadas. A iniciativa foi coordenada por Eduardo Siegle, professor do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (IO/USP), e pela professora Tereza Araújo, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

Um dos principais aspectos observados, segundo os coordenadores, é o da alteração do regime dos ventos como pressão para a modificação do contorno das praias. Isso desencadeia tanto erosões como acúmulo de sedimentos. A elevação do nível do mar também provoca erosões e inundações nas áreas próximas à costa. Conforme observações de imagens de cerca de 40 anos, a pressão da ocupação desordenada chegou a ser mais implacável do que a própria natureza. Para a análise foram utilizadas imagens de arquivos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e do IO/USP.

Os indicadores de vulnerabilidade levantados foram desde a largura da praia à presença de rios e desembocaduras, vegetação e taxas de ocupação. A maior presença de vegetação, por exemplo, é um ponto positivo contra a erosão.

O estudo teve o apoio da FAPESP e da Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco (Facepe).