O presidente francês Emmanuel Macron participou da cerimônia de inauguração do Institut Pasteur de São Paulo (IPSP), na tarde desta quarta-feira, dia 27 de março.
“É um passo muito importante para o Institut Pasteur. Acredito que a busca por vínculos acadêmicos é um traço importante de uma história de parceria científica que existe entre nossos países. Todos esses pesquisadores desenvolverão uma produção incrível, mais forte do que as vicissitudes dos tempos em que vivemos. Acredito no desenvolvimento de uma estratégia de saúde integrada, unindo saúde humana, saúde animal e o conhecimento dos ecossistemas naturais. Parabéns aos nossos parceiros brasileiros por este trabalho, ao fazer isso, trabalhamos para a ciência, por algo ainda maior que a relação entre França e Brasil, porque é universal”, afirmou o presidente Macron.
Sediado na Cidade Universitária da USP, em um espaço de 2 mil metros quadrados, o Institut Pasteur de São Paulo conta com 17 laboratórios – sendo quatro deles de nível 3 de biossegurança –, uma unidade de bioinformática e vários laboratórios multiusuários. Quando estiver em pleno funcionamento, abrigará mais de 80 cientistas do Brasil e de outros países, que realizarão pesquisas de nível internacional sobre doenças transmissíveis, não transmissíveis, emergentes, reemergentes, negligenciadas e degenerativas, inclusive as doenças neurodegenerativas progressivas.
“Com a inauguração do Institut Pasteur de São Paulo, estamos agora integrados a uma rede de vários laboratórios instalados ao redor do mundo. Isso eleva a pesquisa da USP, que já é reconhecidamente qualificada, a um novo patamar, com a presença de pesquisadores internacionais que trazem novas metodologias, e acesso ao conhecimento gerado em diferentes regiões. Certamente, com a ciência que será desenvolvida aqui, estaremos mais preparados para enfrentar futuras pandemias, por exemplo”, explicou o reitor Carlos Gilberto Carlotti Junior.
Para a diretora do Institut Pasteur, Yasmine Belkaid, “a inauguração do Institut Pasteur de São Paulo confirma nosso forte compromisso com nossos parceiros brasileiros, de trabalhar em uma estreita parceria para a saúde de todos, tanto local quanto internacionalmente. Hoje, para responder aos novos desafios globais, é essencial estudar o impacto das mudanças climáticas na saúde e as condições de surgimento de novos patógenos. A comunidade científica deve se comprometer com uma abordagem plural e coletiva, por meio da criação de instituições multidisciplinares e internacionais”.
A cerimônia também contou com a presença do ministro da Europa e dos Assuntos Estrangeiros da França, Stéphane Séjourné; do secretário Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação, Vahan Agopyan; da diretora-executiva do Institut Pasteur de São Paulo, Paola Minopri; do presidente da Fapesp, Marco Antonio Zago; diretor administrativo da Fapesp e presidente do Conselho do IPSP, Fernando Menezes; do vice-presidente do Conselho do IPSP, François Romaneix; do presidente do CNRS, Antoine Petit; do embaixador da França no Brasil, Sylvie Lemmet; do cônsul-geral da França em São Paulo, Yves Teyssier D’Orfeuil; e de dirigentes da Universidade.
A visita à USP faz parte da agenda de compromissos do presidente francês no Brasil. Em São Paulo, além da Universidade, Macron também participou do Fórum Econômico Brasil-França e se reuniu com o vice-presidente Geraldo Alckmin, com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad e com empresários brasileiros na Fiesp.
Institut Pasteur de São Paulo
Integrante da Rede Pasteur, o novo Institut Pasteur de São Paulo realizará pesquisas no campo da biologia que contribuam para o desenvolvimento da saúde humana e promoverá atividades de extensão, educação, inovação e transferência de conhecimento e medidas de saúde pública, especialmente no contexto das mudanças climáticas. Esta é a primeira unidade do centro de pesquisa francês no Brasil.
O novo centro de pesquisa é resultado de um convênio firmado entre o Institut Pasteur e a USP, ainda em 2017. Pelo acordo, as instituições se comprometeram a desenvolver a Plataforma Científica Pasteur-USP (SPPU), inaugurada em junho de 2019, sob a coordenação conjunta da representante do Institut Pasteur, Paola Minoprio, e do professor do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP, Luís Carlos Souza Ferreira.
Inicialmente, a SPPU contava com cinco equipes de pesquisa. Com a pandemia da covid-19, uma sexta equipe foi formada para estudar o vírus e a doença. A SPPU também aderiu à Rede USP de Diagnóstico de Covid-19 (Rudic), grupo de trabalho para diagnósticos em larga escala composto de diversos laboratórios do Estado de São Paulo. Atualmente, sete equipes de pesquisa atuam no instituto e, juntas, já publicaram mais de 90 artigos científicos.
O novo Institut Pasteur de São Paulo assumirá os direitos e obrigações da SPPU e permanecerá como membro associado da Rede Pasteur, que congrega pesquisadores de cerca de 20 países.
“Esta cerimônia marca o resultado de anos de colaboração dedicada com nossos estimados parceiros, incluindo a USP, a Fapesp, o Institut Pasteur e a Rede Pasteur. Representa um marco significativo não apenas para o nosso instituto, mas também para suas equipes talentosas, cujos esforços incansáveis transformaram nossa visão em realidade desde a sua inauguração em 2019. Com um compromisso inabalável, especialmente durante a pandemia da covid-19, deixou uma marca na história de nossa instituição”, afirmou a diretora-executiva do Institut Pasteur de São Paulo, Paola Minoprio.