Notícia

Diário do Litoral (Santos, SP)

Prepare o carvão...

Publicado em 01 outubro 2017

Um estudo apoiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado (Fapesp) publicado recentemente em revistas especializadas revelou possíveis alterações genéticas que poderão tornar a carne brasileira mais macia. Além de oferecer uma carne de melhor qualidade ao consumidor aí na cidade, o trabalho pode alavancar as exportações brasileiras e a renda no campo.

O estudo conduzido durante três anos empregou técnicas de melhoramento genético visando, também, a criação de animais mais resistentes a doenças e que ganhem peso mais rápido. Foram coletadas amostras de DNA de 800 animais da raça nelore, submetidas, depois, à genotipagem de alta densidade. Isso permitiu analisar 700 mil mutações no genoma, o que forneceu informação sobre os segmentos cromossômicos. No Brasil, mais de 80% do gado de corte é nelore. A raça é originária da Índia, mas não produz carnes tão macias quanto raças como a angus, de origem europeia, que apresenta mais gordura intramuscular, o chamado marmoreio, que confere maciez e sabor aos cortes.

O tipo de gordura intramuscular também pode influenciar o valor nutricional da carne. Plenamente adaptado ao Brasil, o nelore tem preço mais baixo por estar aquém do padrão de qualidade da carne australiana, argentina e uruguaia. Isso justifica porque só 20% da carne brasileira seja exportada, mesmo com o País tendo o maior rebanho comercial de gado no mundo, com mais de 225 milhões de cabeças.

“CHURRASCO, BOM CHIMARRÃO... Mas, cuidado: presente nas carnes excessivamente grelhadas na brasa ou defumadas, o benzopireno é um potente agente cancerígeno.