Um estudo apoiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado (Fapesp) publicado recentemente em revistas especializadas revelou possíveis alterações genéticas que poderão tornar a carne brasileira mais macia. Além de oferecer uma carne de melhor qualidade ao consumidor aí na cidade, o trabalho pode alavancar as exportações brasileiras e a renda no campo.
O estudo conduzido durante três anos empregou técnicas de melhoramento genético visando, também, a criação de animais mais resistentes a doenças e que ganhem peso mais rápido. Foram coletadas amostras de DNA de 800 animais da raça nelore, submetidas, depois, à genotipagem de alta densidade. Isso permitiu analisar 700 mil mutações no genoma, o que forneceu informação sobre os segmentos cromossômicos.
No Brasil, mais de 80% do gado de corte é nelore. A raça é originária da Índia, mas não produz carnes tão macias quanto raças como a angus, de origem europeia, que apresenta mais gordura intramuscular, o chamado marmoreio, que confere maciez e sabor aos cortes. O tipo de gordura intramuscular também pode influenciar o valor nutricional da carne.
Plenamente adaptado ao Brasil, o nelore tem preço mais baixo por estar aquém do padrão de qualidade da carne australiana, argentina e uruguaia. Isso justifica porque só 20% da carne brasileira seja exportada, mesmo com o País tendo o maior rebanho comercial de gado no mundo, com mais de 225 milhões de cabeças.
“Churrasco, bom chimarrão...
Mas, cuidado: presente nas carnes excessivamente grelhadas na brasa ou defumadas, o benzopireno é um potente agente cancerígeno.
...fandango, trago e mulher...!”
Entender os mecanismos pelos quais o benzopireno induz a transformação maligna em células humanas é o objetivo de uma pesquisa da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP. Resultados preliminares foram divulgados em agosto, durante o V Symposium on Epigenetics and Medical Epigenomics.
Domo arigatou...
Hoje, 1º de outubro, é o Dia Internacional do Saquê. Milenar, a bebida japonesa surgiu ao acaso, da fermentação do arroz. Segundo especialistas, existem 130 tipos de arroz adequados à produção de saquê no Japão, com 1.400 fábricas, mas apenas 3% da produção é exportada.
... gozaimasu
Os japoneses usam pequenos copos de vidro ou de cerâmica chamados choko para ingerir a bebida. No País, o saquê nunca é servido para si mesmo, sempre servido ao próximo, num ritual de respeito e amizade.
Um toque brasileiro...
A partir deste mês, o Brasil está autorizado a exportar maçãs frescas para a Índia. O governo indiano alterou a legislação local permitindo o tratamento a frio antes do embarque e em trânsito, por até 40 dias.
...na salada típica...
Sem o entrave fitossanitário, a Índia deverá se tornar o maior comprador de maçãs frescas do Brasil a partir de 2018. A fruta deverá ser protagonista numa salada típica da culinária indiana, com suco de limão e azeite, a acompanhar um arroz com carne de coco seco e músculo ao curry.
...indiana!
A Região Sul produz 98% da maçã brasileira. Na última safra foram colhidas 1 milhão e 300 mil toneladas. Até julho, o Brasil havia exportado 55 mil toneladas, com receita de US$ 42 milhões.
Sinal dos tempos...
Como antecipou esta coluna no último domingo, a tecnologia avança a galope no campo. Conforme relato do Instituto Brasileiro do Feijão já se vende mais feijão através do Whatts App do que no pregão presencial da tradicional Bolsinha do Brás, mais importante centro atacadista de cereais do País até pouco tempo atrás...
Filosofia do campo:
“O Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia/Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia”, Fernando Pessoa (1888/1935), jornalista e escritor português.