A cerimônia aconteceu na ultima terça-feira, 20, e contou com a presença do diretor de Ciências Agrárias, Biológicas e da Saúde e presidente substituto do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Marcelo Morales.
Segundo ele o CNPq é agência mais importante de fomento a pesquisa do Brasil, ela tem uma relevância importante e é parceira nesse prêmio. "O Brasil junto com os parceiros da América Latina são responsáveis por grandes porcentagens da produção científica no mundo. O Brasil é responsável por 2.7% da produção cientifica mundial. E junto com os parceiros Latinos Americanos essa relevância se torna cada vez mais importante", afirmou.
O secretário-executivo do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Elton Zacarias, ressaltou a integração entre os países. "No ministério, temos a missão de fortalecer a ciência, tecnologia e inovação não só no Brasil, mas na integração dos países latino-americanos, em especial do Mercosul. Eu agradeço as entidades parcerias que compõem o projeto e saúdo os vencedores, alunos, professores e orientadores", disse.
Também participou da premiação o ministro da Ciência e Tecnologia do Paraguai, Luis Alberto Lima, que afirmou que o país fez uma escolha de investir na produção e na popularização da ciência. "Estamos trabalhando há bastante tempo no Mercosul, e foram muitos projetos premiados. A intenção do Paraguai é fortalecer as estruturas de ciência e tecnologia do país. Queremos mais pesquisadores, fomentar a investigação como opção de vida e popularizar a ciência, para que a população tenha uma consciência crítica".
Os premiados
Na categoria Pesquisador Sênior, a brasileira Amedea Barrozzi Seabra, da Universidade Federal do ABC (UFABC), ganhou o primeiro lugar com o estudo sobre a preparação e aplicação de nanopartículas doadoras de óxido nítrico.
"Trabalho com nanomateriais, desenvolvimento de nanoparticulas, contendo uma molécula que é muito importante para o nosso organismo para várias aplicações biomédicas. Meu trabalho é desenvolver esses novos materiais baseados em nanoparticulas e depois caracterizar e aplicar", explica.
Para Amedea é um trabalho muito desafiador por ser multidisciplinar, química de formação ela tem que entender de medicina, cicatrização, parasitos. Bolsista do CNPq, ela destaca a importância das agências de fomento e todos os suportes oferecidos para desenvolver pesquisas."Estou muito contente de estar aqui, agradeço a minha equipe, as agências de fomento, ao CNPq. Sou bolsista de produtividades do CNPq, agradeço ao apoio que é muito importante. A Capes, Fapesp a minha instituição, estou muito contente", afirmou.
O vencedor da categoria Estudante Universitário foi José Ribamar de Castro Jr., da Universidade Federal do Maranhão, com o projeto de curativos biodegradáveis. O produto está em desenvolvimento e já há uma patente registrada. O próximo passo é finalizar os testes e procurar empresas interessadas em investir.
"É uma honra trazer o nome da nossa universidade, e essa é a segunda premiação desse projeto. É um curativo com uma ação que impede a infecção dos ferimentos e trata os machucados a partir de derivados da natureza. Vai ser um produto de baixo custo e que não agride o meio ambiente. Fico muito feliz pelo prêmio e quero continuar com a pesquisa", afirmou.
Na categoria Jovem Pesquisador, o primeiro prêmio foi entregue ao argentino Ezequiel Alejandro Ortega, do Instituto Presbitero Dr. Antonio Maria Saenz. O estudo "Vejo, Compreendo e Aplico", utiliza recursos em três dimensões para ajudar no aprendizado de estudantes. "A ideia é usar recursos visuais como o holograma no ensino. Os alunos visualizam o conteúdo, analisam para compreender e aplicam em uma situação concreta. Isso os motiva a se interessarem pela matemática e geometria e pode ser usado na educação de crianças e adolescentes. Um aluno motivado tem um aprendizado significativo", descreveu.
Na modalidade Iniciação Científica, venceu a paraguaia Ariane Pereira Denis, do Colégio Privado Campo Verde, com o projeto Robótica ao Alcance de Todos. A ideia da estudante é usar materiais simples como papelão, tampas de garrafa, elásticos, motores e pilhas para ensinar robótica para crianças. "O projeto consiste em fazer robôs com materiais reciclados. Em uma experiência com esses insumos, conseguimos cortar 90% do custo. Aplicamos o projeto na minha escola com alunos do 4º, 5º e 6º ano. As crianças gostam muito da robótica, se interessam pela tecnologia e desenvolvem suas habilidades", destacou.
Nesta edição, não houve ganhadores na categoria integração.
O prêmio
Instituído em 1997 pela Reunião Especializada em Ciência e Tecnologia do Mercosul (RECyT), o objetivo do prêmio é reconhecer os melhores trabalhos de estudantes, jovens e pesquisadores e equipes de pesquisa, que representem potencial contribuição para o desenvolvimento científico e tecnológico e incentivar a realização de pesquisa científica, tecnológica e a inovação no Mercosul. Além disso, contribui para o processo de integração regional por meio do estímulo à difusão das realizações e dos avanços científicos e tecnológicos.
Desde o início, já recebeu mais de 2 mil trabalhos com 268 premiados entre pesquisadores e equipes. É organizado pela Secretaria de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do MCTIC e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), com apoio do Movimento Brasil Competitivo (MBC).
Na ocasião o secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do MCTIC, Maximiliano Martinhão, anunciou o tema da próxima edição do prêmio: A industria 4.0. Para ele o prêmio é uma importante iniciativa para o desenvolvimento cintífico e o para integração dos países do Mercosul. "Além de impulsionar o desenvolvimento tecnológico da região, é também um estímulo ao intercâmbio de experiências e às parcerias entre pesquisadores dos países participantes", afirmou.
Coordenação de Comunicação Social do CNPq (Com informações do MCTIC)