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Prato feito do Brasil tem caloria demais, diz pesquisa (1 notícias)

Publicado em 12 de janeiro de 2019

Existe algo de excessivo no tamanho das porções de comida servidas em restaurantes e isso não ocorre apenas nos Estados Unidos. Estudo realizado por equipe internacional de pesquisadores, que contou com o apoio da Fapesp, mostra que porções exageradas são comuns em restaurantes mundo afora.

O estudo publicado no British Medical Journal pesou e mediu o valor calórico de refeições em restaurantes populares no Brasil, China, Finlândia, Gana e Índia.

O resultado mostrou que 94% das refeições à la carte e 72% dos pratos servidos em fast foods continham mais de 600 quilocalorias —mais que o consumo energético por refeição recomendado pelo Sistema de Saúde da Inglaterra (NHS).

Os pesquisadores encontraram uma relação significativa entre o peso da porção servida e o seu conteúdo calórico.

De acordo com as medições, refeições como, por exemplo, o tradicional arroz, feijão, frango, mandioca, salada e pão (841 gramas e 1.656 kcal), servido em qualquer restaurante do Brasil, ou o clássico ganês fufu com carne de bode e sopa (1.105 gramas e 1.151 kcal) e o típico prato indiano biryani de carneiro (1.012 gramas e 1.463 kcal), além de extremamente calóricas, primam pela quantidade exagerada de comida.

“A obesidade é um problema mundial, causado por vários fatores como sedentarismo, ingestão de alimentos processados, açúcar e também pela quantidade excessiva de comida ingerida. Uma parcela da população pode estar confundindo fome com vontade de comer. Esse estudo mostra que para combater a obesidade é preciso também olhar para esses excessos”, diz Vivian Suen, da faculdade de medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRPUSP), uma das autoras do artigo. A obesidade é considerada uma epidemia pela Organização Mundial da Saúde.

(Agência Fapesp)

Fast food deve ser evitado

Embora os resultados tenham mostrado que, na média, as refeições fast foods continham menos calorias (809 calorias) que as servidas à la carte (1.317 kcal), o estudo está longe de ser uma defesa desse tipo de restaurante.

“Isso só mostra que enquanto estamos prestando atenção em fast foods, com campanhas para alimentação saudável, que são muito positivas e necessárias, estamos deixando de lado fatores importantes como o tamanho das porções que estamos comendo. Isso pode ter um impacto grande também na obesidade mundial”, diz Suen.

A pesquisadora explica que as porções exageradas têm efeito também no chamado mecanismo compensatório.

“Normalmente, quando uma pessoa não obesa faz um almoço muito reforçado, ela tende a sentir menos fome e comer menos no jantar, por exemplo. Porém, e isso já foi muito estudado pelo grupo de pesquisadores da Tufts University, os obesos perderiam essa percepção. Portanto, não ocorre mais essa regulação de comer menos na refeição subsequente”, afirma Suen.

“A qualidade do alimento também é importante. Comer carboidrato de má qualidade, gordura saturada, contribui para doenças por excesso”.

(Agências)