Notícia

Biblioteca e Pesquisa - FMUSP

Pós-graduação em movimento

Publicado em 06 novembro 2017

O sistema brasileiro de pós-graduação avançou nos últimos quatro anos tanto na oferta de vagas quanto em indicadores de qualidade. Entre 2013 e 2017, cresceu em 25% o número de programas stricto sensu, aqueles que oferecem diplomas e são sujeitos a reconhecimento e autorização do Ministério da Educação para funcionar. Existem 4.175 programas hoje, ante 3.337 de quatro anos atrás, de acordo com a avaliação quadrienal da pós-graduação realizada pela Coordenação Nacional de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), cujos resultados foram divulgados em 19 de setembro. São oferecidos 2.202 cursos de doutorado, 3.398 de mestrado e 703 de mestrado profissional.

O número de programas de nível internacional, aqueles que recebem notas 6 e 7, as mais altas na escala da Capes, subiu de 412 para 465, e representam 11% do total. No outro extremo, 119 programas, ou 3%, receberam notas 1 ou 2 e seus cursos serão descredenciados. As solicitações de reconsideração de notas serão analisadas até o final do ano. “O resultado mostra que o sistema vem crescendo e ganhando qualidade. Nosso modelo se mostra capaz de perceber o avanço da pós-graduação e também de apontar necessidades de correção para instituições e programas”, disse o presidente da Capes, Abílio Baeta Neves, ao divulgar o balanço.

Todos os estados brasileiros tiveram programas avaliados – do Amapá, com apenas quatro, a São Paulo, com 894. Mas há uma notável concentração dos cursos com notas 6 e 7 em seis unidades da federação: São Paulo (171), Rio de Janeiro (78), Rio Grande do Sul (61), Minas Gerais (56), Paraná (20) e Santa Catarina (20). Em termos relativos, o desempenho do Paraná chamou a atenção: tinha 11 programas com notas 6 e 7 em 2013 e hoje tem 20.

Em 10 estados, não há um programa sequer com as duas notas mais elevadas. A maioria deles está nas regiões Norte e Centro-Oeste – mas nessa lista também está o Espírito Santo, no Sudeste. O reitor da Universidade Federal do Tocantins (UFT), Luiz Eduardo Bovolato, foi a Brasília conversar com o presidente da Capes sobre o desempenho das universidades da região Norte – a UFT teve 22 programas avaliados, sendo que sete tiveram nota 4 e os demais, 3. “Pedimos maior sensibilidade da comissão de avaliação em relação a nossa realidade local e ampliação do olhar da Capes às universidades da região Norte”, disse Bovolato, segundo o site da UFT.

A Universidade de São Paulo (USP) se destaca em vários indicadores. Teve 265 programas avaliados, quase o dobro da segunda colocada, a Universidade Estadual Paulista (Unesp), com 135. A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) aparece em terceiro, com 116 (ver quadro). A USP responde sozinha por 18% dos programas com notas 6 e 7 – são 83 ao todo. Num segundo pelotão, aparecem a UFRJ, com 39 programas, e a Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), com 36, e a Estadual de Campinas (Unicamp), com 32.

Fonte: FAPESP