As tecnologias esportivas possibilitam obtenção, análise e disponibilização de informações sobre técnica e tática de jogo, que convergem para um mapeamento estatístico de passes, dribles e participação dos jogadores
No basquete americano, por exemplo, é muito comum o estudo de adversários para identificar suas características de jogo, desde deslocamentos até o lado da quadra mais utilizado, para melhorar, assim, o aproveitamento de drible e demais ações. Aqui no Brasil, a tecnologia já vem sendo usada para análise tática em várias modalidades esportivas.
Além da produção de software, a empresa Matchreport tem desenvolvido equipamentos que permitem medir com maior precisão a performance dos atletas, através de uma parceria com o Laboratório de Bioquímica do Exercício (Labex), do Instituto de Biologia da Unicamp. A empresa também conta com o apoio da Fapesp, através do Programa para Inovação Tecnológica em Pequenas Empresas (PIPE), utilizado para a criação da metodologia e da ferramenta para coleta de dados, especificamente para futebol, handbol e vôlei.
Apesar de estatísticas já serem levantadas em várias modalidades esportivas, de diversas maneiras - a seleção brasileira de vôlei, por exemplo, tem uma pessoa responsável por registrar todos os lances dos jogos em um laptop - o diretor-esportivo da Matchreport, Eduardo Fantato, ressalta que quando estas análises são feitas em clubes, normalmente elas levam mais tempo para ficarem prontas.
Através do apoio de profissionais das áreas de educação física e engenharia da computação e do uso de equipamentos e softwares, a empresa trabalha com dados de eventos esportivos em tempo real. "Com isso, é possível obter mais precisão e detalhes de informações", afirma Fantato. "Ao utilizar o jogo digitalizado, é possível visualizar onde acontecem os erros e acertos no treinamento de uma equipe, ou ainda, em qual espaço do campo o time é mais forte", completa.
Os dados e sua visualização podem ser personalizados de acordo com as necessidades dos clientes, que podem ser tantos os clubes de futebol e suas respectivas equipes técnicas como a mídia. A utilização dessa informações para o técnico pode auxiliar na tomada de decisões e intervenção durante a partida; já os grupos de mídia podem pautar comentários e utilizar os dados como recursos complementares para interagir com o público. Assim, através da análise, uma equipe pode aperfeiçoar seus métodos de treinamento, avaliando seu desempenho, de seus jogadores e dos adversários. A cobertura jornalística pode também ganhar mais credibilidade junto ao público.
Denominado de ScoutOnline, o sistema desenvolvido pela Matchreport possibilita simultaneamente o processamento, armazenamento, cruzamento e disponibilização das informações visualmente para o usuário final. "O Scout não é apenas o software, engloba metodologia e recursos desenvolvidos pela empresa para coletar e disponbilizar essas informações", diz Fantato.
Além da utilização de recursos tecnológicos, para a coleta e armazenamento das informações em campo, segundo Fantato, a coleta não deixa de exigir uma interação do observador, mas os recursos minimizam as chances de erro e perda de informações. Após a coleta, é feita a análise detalhada, com objetivo de prover informações precisas sobre o jogo, considerando as seguintes variáveis: tempo, região do campo e relação entre ações dos jogadores.
Para constatar a confiabilidade dos dados, a empresa aplica costantemente uma série de testes e procedimentos para validar as informações. Os obsevadores passam por rigoroso processo de seleção, seguido de três meses de treinamentos para se adaptarem aos recursos utilizados. Para chegar à sitematização realizada atualmente, foram realizadas diferentes avaliações sobre um mesmo jogo para identificar erros, perdas e diferenças.
A classificação dos dados obtidos em campo é baseada em estudos acadêmicos e em pesquisas com profissionais do futebol. Assim, foram estabelecidas categorias e variáveis para analisar passes, ações de defensiva e ataque, ações do goleiro e de finalização e participação dos jogadores.
A utilizaçao do Scout permite identificar tendências e fatores determinantes do jogo. "Determinado time de futebol, por exemplo, pode ter uma carência de desarmes numa região de campo e, ao cruzarmos as informaçoes, identificamos que grande parte dos gols sofridos tem origem nessa região", ressalta Fantato.
http://www.comciencia.br/comciencia/?section=3¬icia=198
ComCiência Online — 04/09/2006
No próximo ano, um grupo de brasileiros vai se embrenhar pelas livrarias de Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Timor-Leste e Moçambique entre outros países de língua portuguesa. A idéia é digitalizar parte desse desconhecido acervo, e colocá-lo ao acesso do público no mundo inteiro, via internet.
O inédito projeto é da Biblioteca Virtual do Estudante de Língua Portuguesa (Bibvirt), a mais antiga biblioteca via internet do País, que em 2007 completa dez anos.
Segundo sua coordenadora, Ana Paula Leite de Camargo, a Bibvirt é "um espelho do Projeto Gutemberg" - onde o conceito de bibliotecas digitais, cujas obras podem ser lidas por qualquer um, de qualquer parte do globo, via internet, se tornou realidade.
Criado em 1971 pelo norte-americano Michael Hart, o Gutemberg oferece dezenas de milhares de livros, centenas em português, gratuitamente. Hoje, diversos outros projetos estão em andamento, envolvendo bilhões de dólares, brigas na Justiça, reuniões de chefes de estado, disputas empresariais e uma grande, enorme expectativa: a ressurreição da mítica Biblioteca de Alexandria.
Rusga
Há seis meses, por exemplo, a Microsoft criou uma 'saia justa' entre a Inglaterra e a Comunidade Européia (CE). Tudo graças a um acordo com a Biblioteca Britânica, que permitirá digitalizar o equivalente a cerca de 100 mil obras, muitas raríssimas, que serão disponibilizadas na internet.
A cúpula da CE reagiu negativamente, principalmente os franceses, que meses antes haviam exortado líderes europeus a disponibilizar sua própria literatura na Internet. E o mais curioso: na época, o temor da CE não era a Microsoft, e sim o Google Book Search, que em 2004, criou a sua biblioteca digital, em parceria com cinco universidades norte-americanas.
Os franceses tentaram barrar o Google, mas acabaram surpreendidos pela Microsoft — que há dois anos buscava uma forma de 'dar o troco' no pioneirismo do Google na área. A última a entrar no páreo foi o Yahoo, com a sua biblioteca digital recebendo o sugestivo nome de 'Aliança de Conteúdo Aberto'.
Empecilho
Mas se o Google saiu na frente, também foi um dos primeiros a chamar para si a ira das editoras. Temendo perder clientes, elas entraram na Justiça contra o que classificam de 'usurpação' do direito autoral - lei que impede o uso de obras por um determinado tempo, em média 25 anos, depois dos quais são de domínio público.
Nos Estados Unidos, acredita-se que o caso gerará profundas mudanças no mercado editorial, que de uma forma ou de outra terá que se adaptar ao mundo virtual. Uma das alternativas propostas é a liberação total de obras de domínio público ou das autorizadas pelos autores. As demais seriam parcialmente abertas e gratuitas, mas pagas quando 'baixadas' na íntegra.
"O direito autoral é um sério entrave para as bibliotecas digitais", afirma Ana Paula, da Bibvirt. "Muitas editoras têm material antigo, esquecido, mas relutam em disponibilizá-lo". Apesar disso, ela diz que é um processo irreversível. "Quem hoje tem acesso a livros de Angola, por exemplo? As bibliotecas digitais oferecem essa e inúmeras outras possibilidades".
Apesar disso, a coordenadora da Bibvirt foge do lugar comum e não vê relação entre as bibliotecas na internet e o fim das tradicionais.
"As duas opções não são excludentes, elas são paralelas e parceiras. Uma não vai deixar de existir por causa da outra. No nosso site, por exemplo, ninguém tem o hábito de ler o livro na tela do computador. Por isso permitimos que seja impresso", explica.
A mais famosa
Entre
Sua destruição significou a perda de uma notável parcela do conhecimento humano.
Em abril de 2002, um novo prédio foi inaugurado no Egito, nas proximidades de onde ficava a instalação original.
Mas, apesar de ultra moderno, ele hoje é apenas um lembrete do quão frágil são esses centros do saber humano.
A saída, para muitos, é digitalizar as obras e torná-las acessíveis pela internet, transformando o sonho de Alexandria em realidade universal.
Mão dupla
Quem não gostaria de ter o seu livro acessível a todos que quisessem consultá-lo, mesmo que fosse um resumo da obra? Hoje, essa que é a maior ambição de qualquer autor (pelo menos deveria ser), tem na Internet uma poderosa aliada.
É o caso, por exemplo, do engenheiro da Petrobrás de Cubatão, Fábio Campos Morais. Autor do livro 'A Mente no Cosmos e os Pés no Chão' (Editora Livro Técnico), Fábio colocou parte dele em seu site. "A idéia é despertar o interesse do leitor, usar a rede como vitrine", explica o engenheiro.
Quem quiser conhecer o conteúdo da obra e encomendar um exemplar, basta visitar o site www.fabiomorais.com.
Links para pesquisa
Bibvirt — www.bibvirt.futuro.usp.br
Biblioteca Nacional — www.bn.br
Ministério da Cultura — www.dominiopublico.gov.br
Projeto Gutemberg — www.gutenberg.net
Biblioteca Virtual em Saúde — www.bireme.br
Fapesp — www.bv.fapesp.br
Google Book Search — http://books.google.com
Aliança de Conteúdo Aberto — www.opencontentalliance.org
Unisantos — www.opencontentalliance.org
(*) Nos sites é possível encontrar links para outras bibliotecas digitais