Estudo da Faculdade de Medicina da USP constatou: a poluição das grandes cidades - caso de SP - pode provocar um crescimento no número de mortes entre recém-nascidos
A pesquisa analisou a relação entre a concentração de gases poluentes na atmosfera e o número de mortes de crianças recém-nascidas entre 1 e 28 dias de vida na capital paulista.
O estudo mostra que houve um crescimento de 6,3% no número de mortes entre as crianças durante os dias em que a poluição atmosférica foi mais intensa.
Segundo Chin An Lin, professor da FMUSP e responsável pelo estudo, os resultados obtidos mostraram que a poluição causa inflamações graves nas vias aéreas dos recém-nascidos, que acabam morrendo de forma prematura em decorrência dessas infecções.
Chin, que detectou grande presença de dióxido de enxofre e materiais particulados como metais pesados e poeira no ar paulistano, alertou que o problema ocorre desde o início da gestação pois os bebês já estão expostos aos efeitos da poluição na barriga da mãe.
Uma outra pesquisa desenvolvida recentemente, explica o pesquisador, demonstrou a presença de altos índices de monóxido de carbono no sangue do cordão umbilical das mães estudadas.
A pesquisa, que foi dividida em quatro períodos considerando os dias menos e mais poluídos da capital paulista, foi realizada no Laboratório de Poluição Atmosférica Experimental (LPAE) da FMUSP. Os números oficiais da mortalidade em SP, obtidos no Programa de Aprimoramento de Informação sobre a Mortalidade (Proaim), foram cruzados com os dados referentes às condições meteorológicas oferecidos pela Companhia de Tecnologia e Saneamento Ambiental (Cetesb).
(Agência Fapesp, 9/8/2004)
JC e-mail 2582, de 10 de Agosto de 2004.
Notícia
JC e-mail