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Poluição em SP aumenta o risco de doenças cardíacas na população (44 notícias)

Publicado em 28 de abril de 2024

Durante 22 anos, a poluição da capital de São Paulo excedeu os limites recomendados pela OMS, segundo o Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA). As consequências do ar contaminado para a saúde da população são diversas, e uma delas acaba de ser descoberta por uma pesquisa conduzida pela Universidade de São Paulo (USP) com o apoio da FAPESP.

A equipe realizou uma análise de 238 autópsias de moradores da cidade, em conjunto com entrevistas com familiares das vítimas, e descobriu uma relação direta entre a poluição e o risco aumentado de doenças cardíacas.

Poluição está afetando os corações paulistas

  • A pesquisa revela que a exposição prolongada à poluição atmosférica está diretamente ligada ao aumento dos riscos cardíacos na capital paulista.
  • A fibrose cardíaca, um indicador de doenças do coração, parece estar associada ao tempo de exposição às partículas de carbono negro, presente no ar poluído.
  • Segundo a análise, quanto maior a exposição, maior a probabilidade de desenvolver fibrose cardíaca.
  • O risco é ainda mais elevado para indivíduos hipertensos, independentemente de serem fumantes ou não. Entre os não hipertensos, os tabagistas apresentaram os maiores riscos.
  • A fibrose cardíaca pode ser desencadeada por diferentes fatores, como a própria hipertensão. A poluição agora pode ser considerada um deles.

A dose de poluente é diferente para cada pessoa

O nível de poluição da cidade de São Paulo pode ser o mesmo, mas ela impacta a população de forma diferente dependendo de seus hábitos. Por exemplo, se você passa horas parado no trânsito, fica mais exposto a contaminantes do ar do que alguém que passa mais tempo dentro de casa. Logo, também tem maior risco de desenvolver problemas de saúde.

No estudo, os pesquisadores chamam a atenção para a necessidade de reduzir as chances da população desenvolver complicações cardíacas devido à poluição. Eles listam a redução das emissões de veículos, o incentivo ao transporte público sustentável na cidade e a adoção de fontes de energia limpa como estratégias fundamentais para garantir um ar mais limpo e cuidar da saúde pública.

A pesquisa foi publicada na revista Environmental Research.

Por Nayra Teles, editado por Lucas Soares