O isolamento vem ajudando a reduzir a emissão de poluentes como CO e NOx nas grandes cidades, segundo dados da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb). A mudança na rotina dos paulistas reduziu a quantidade de veículos circulando na cidade e, consequentemente, a diminuição do monóxido de carbono, indicador da emissão de poluentes em grandes centros urbanos. Estudo da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), aponta queda no número de veículos nas ruas como maior responsável pela redução de poluentes durante o período de quarentena.
Já o estudo elaborado pelo Instituto de Energia e Meio Ambiente (Iema) intitulado "Inventário de emissões atmosféricas do transporte rodoviário de passageiros no município de São Paulo", revela que os automóveis são responsáveis por 72,6% das emissões de gases, tais como CO, CO2, SO2 e O3. Outro dado interessante apontado por este estudo é de que os automóveis (transporte individual) poluem muito mais que os ônibus, um transporte coletivo. Os automóveis são responsáveis por 71% das emissões do poluente na cidade, contra 25% dos ônibus e 4% das motocicletas, levando-se em conta o material particulado lançado por pessoa transportada.
Outra pesquisa publicada pela Revista Brasileira de Epidemiologia, de título "Poluição veicular e saúde da população: uma revisão sobre o município de São Paulo", apresentou um aumento de 3% a 4% da taxa de mortalidade diária por doenças cardiovasculares, associadas ao aumento de material particulado no ar, principalmente de SO2. Para doenças respiratórias, o aumento na mortalidade diária foi de 6%. Em relação aos grupos vulneráveis, foi constatado que pode chegar a um aumento 14,2% na chance de morte de idosos por problemas respiratórios, associados ao aumento de material particulado no ar. As famílias mais afetadas possuem piores condições socioeconômicas. No caso de crianças, a pesquisa relatou uma associação entre a mortalidade das crianças menores de cinco anos e os poluentes CO e SO2, com a proporção de mortes atribuídas a estes poluentes de 15% e 13%, respectivamente.
Ainda outro levantamento, realizado pelo Núcleo de Estudos Sodexo, criado pela Sodexo Benefícios e Incentivos e intitulado "Hábitos Alimentares do Trabalhador Brasileiro durante a quarentena", coletou 107 mil respostas durante o mês de maio e aponta que 69% dos trabalhadores brasileiros mantêm uma alimentação saudável mesmo trabalhando remotamente, durante o período de isolamento social.
O estudo mostrou também que entre os alimentos que os profissionais mais passaram a consumir estão as frutas e legumes, com 65% dos respondentes, seguidos de carne vermelha (43%), massas (34%), doces (23%) e fast food (15%).