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Poluição do ar em São Paulo cai pela metade com greve dos caminhoneiros

Publicado em 30 maio 2018

Durante sete dias de greve dos caminhoneiros, a poluição do ar na cidade de São Paulo caiu pela metade, segundo os índices medidos pelas estações Ibirapuera e Cerqueira Cesar do Sistema de Informações de Qualidade do Ar da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb). A informação foi divulgada nesta quarta-feira (30) pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).

De acordo com a comparação dos dados diários sobre poluição atmosférica medidos pela Cetesb, os índices de poluição aumentaram quando houve a liberação do rodízio, seguido de uma forte queda após a falta de combustível e a redução de carros e a frota de ônibus nas ruas.

Com esses resultados, a equipe de pesquisadores da USP vai fazer uma análise mais completa do fenômeno e cruzar os níveis de poluição e de congestionamento com os dados diários de mortalidade e internações no período. O objetivo é medir o custo real da poluição.

“Esse é um episódio raro e vamos estudar suas consequências na saúde pública. Quem sabe essas evidências quantitativas sirvam de argumento para a criação de políticas públicas”, disse Paulo Saldiva, diretor do Instituto de Estudos Avançados (IEA-USP), durante apresentação no evento Diálogos Interdisciplinares sobre Governança Ambiental da Macrometrópole Paulista, realizado no auditório da FAPESP.

“A poluição tem um custo alto em saúde. Existe a chamada perda de capacidade produtiva de uma população economicamente ativa, ou seja, quanto dinheiro o Brasil perde por uma fração produtiva da sua população morrer antes da hora estipulada.”

A equipe de pesquisadores teve a oportunidade de medir a poluição de São Paulo em outra experiência rara quando houve a greve dos metroviários em maio de 2017. Naquela época, no entanto, a poluição atmosférica dobrou porque todos resolveram sair de carro. “No dia, houve um excesso de doze mortes. Então, o metrô funciona como um redutor da poluição”, afirmou Saldiva.