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Polícia Civil investiga suspeita de desviar R$1,9 milhão de verbas de pesquisa da Unicamp (12 notícias)

Publicado em 30 de maio de 2024

Os desvios de verbas de pesquisa no Instituto de Biologia (IB) da Unicamp, revelados em janeiro deste ano, podem chegar a R$ 1,9 milhão, segundo uma investigação interna da universidade. Ligiane Marinho de Ávila, a servidora suspeita pelo crime, foi demitida em dezembro de 2023 e está sob investigação da Polícia Civil desde fevereiro. Ligiane, responsável pelos pagamentos de recursos obtidos pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), teria realizado cerca de 220 transferências bancárias suspeitas, totalizando R$ 1,9 milhão, sendo a maior parte destinada à sua própria conta e a outras duas empresas e duas pessoas físicas.

A Unicamp afirmou que uma sindicância administrativa está em andamento e todas as providências cabíveis serão tomadas após sua conclusão. O advogado de Ligiane, Rafael de Azevedo, informou que soube do inquérito recentemente e que sua cliente está disponível para esclarecimentos. A investigação interna do IB revelou que a suspeita utilizava notas fiscais fraudulentas e recibos forjados para justificar transferências de recursos de pesquisa, somando um desvio significativo apenas para um dos docentes, que chegou a R$ 245 mil.

A Polícia Civil, com apoio do Ministério Público, pediu a prorrogação do inquérito para aprofundar as investigações, que envolvem 27 professores do IB que relataram movimentações suspeitas. O diretor do instituto, Hernandes Faustino Carvalho, confirmou as informações fornecidas pelos docentes, destacando que Ligiane era considerada uma pessoa de confiança. A Funcamp demitiu a funcionária por justa causa devido às irregularidades detectadas. A FAPESP declarou que está analisando as prestações de contas e, caso sejam confirmadas irregularidades, exigirá a devolução dos recursos dos pesquisadores envolvidos.