Base de dados inédita, uma parceria da USP com hospitais Einstein e Sírio Libanês e Grupo Fleury, traz também informações anônimas de 1,6 milhão de exames de coronavírus e 6.500 dados de desfecho para subsidiar novas pesquisas
17 de junho de 2020 | 11h47Atualizado 17 de junho de 2020 | 12h54Saiba MaisSÃO PAULO - Um repositório com dados abertos de 75 mil pacientes que tiveram covid-19 no Brasil, de 1,6 milhões de exames de coronavírus e de 6.500 desfechos clínicos foi lançado nesta quarta-feira, 17, com o objetivo de subsidiar pesquisas sobre a doença.
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A iniciativa, encabeçada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), foi possível a partir de uma parceria entre a USP, os hospitais Albert Einstein e Sírio Libanês e o Grupo Fleury. As instituições privadas forneceram, de forma anônima, as informações de exames e de atendimentos de pacientes feitos desde o início da pandemia e a universidade entrou com a plataforma da base de dados.
Num primeiro momento, as informações estarão disponíveis de modo piloto para alguns usuários checarem os dados e darem sugestões de melhorias e a partir de 1º de julho estará aberto para todos os cientistas.De acordo com Luiz Eugênio Mello, diretor científico da Fapesp, o repositório
Covid-19 Data Sharing/BRtorna públicos dados que, de outra forma, não seriam disponibilizados de modo conjunto. Em entrevista coletiva online à imprensa, Mello afirmou que os dados podem contribuir para trazer novos entendimentos sobre a epidemia, especialmente sobre as particularidades do País.
“Esses dados embasam situações do nosso meio e vão ajudar a resolver problemas da nossa sociedade, do nosso sistema de saúde”, afirmou Edgar Rizzatti, Diretor Executivo Médico do Grupo Fleury. Para Luiz Fernando Lima Reis, diretor de Ensino e Pesquisa do Sírio.
"A parceria inaugura um novo processo na geração de conhecimento através do compartilhamento de dados e abre desafios da continuidade, trazendo eventualmente novos contribuintes à plataforma", disse Reis."A pesquisa é um esporte coletivo. O único jeito de fazer pesquisa boa é em colaboração. E sabemos que o conhecimento é o maior inimigo da doença. Nossa preocupação é que esse conhecimento possa trazer soluções para a melhora da vida dos pacientes", complementou Luiz Vicente Rizzo, Diretor-superintendente do Hospital Israelita Albert Einstein.
A plataforma terá diversas informações sobre os pacientes (como sexo, idade, município, data de admissão), a evolução (ou desfecho) que a doença teve (se a pessoa foi internada, foi para a UTI, se conseguiu se recuperar ou veio a óbito) e os resultados dos exames clínicos e laboratoriais, incluindo os testes feitos para a detecção do vírus, tanto de PCR (que detecta geneticamente a presença do coronavírus) quanto o sorológico (que mostra se a pessoa já foi infectada em algum momento).
Também será possível que pesquisadores rastreiem eventuais movimentações do paciente, como internações. Em uma segunda etapa, os organizadores da plataforma esperam incluir também dados de imagens, como radiografias e tomografias.