O S PLUS é um projeto internacional que mapeia o céu do Hemisfério Sul. A plataforma Science Hunter permite ao público classificar objetos astronômicos. Mais de 864 mil objetos foram identificados até 8 de janeiro de 2024. As classificações ajudarão a desenvolver modelos de aprendizado automático. O telescópio de 86 cm no Chile já fez descobertas significativas, como uma estrela antiga.
O S-PLUS (Southern Photometric Local Universe Survey) é um projeto internacional que visa mapear 9.300 graus quadrados do céu do Hemisfério Sul. Fundado pelo IAG/USP, Observatório Nacional, UFS e UFSC, conta com apoio de instituições do Brasil, Chile e Espanha. Em outubro, o projeto lançou a plataforma Science Hunter, que permite ao público ajudar na identificação de objetos astronômicos em imagens escaneadas.
Até 8 de janeiro, 19% das imagens foram analisadas, com mais de 864 mil objetos classificados. A participação não requer conhecimento prévio em astronomia, e os usuários podem optar por verificações rápidas ou detalhadas, com tutoriais disponíveis em português e espanhol. Carlos Eduardo Ferreira Lopes, do IAG/USP, destacou que as classificações populares serão fundamentais para a construção de modelos de aprendizado automático.
O mapeamento é realizado com um telescópio de 86 centímetros no Observatório Interamericano de Cerro Tololo, no Chile. O telescópio T80 possui 12 filtros fotométricos, permitindo a identificação de características como temperatura e composição química das estrelas. As imagens analisadas foram capturadas entre 2016 e 2020, e em 2021, o S-PLUS anunciou a descoberta de uma das estrelas mais antigas, com idade entre 10 e 12 bilhões de anos.
A pesquisa, apoiada pela FAPESP, está programada para continuar até janeiro de 2027. A estrela SPLUS J2104-0049, encontrada pelo projeto, é considerada ultrapobre em metais e possui a menor quantidade de carbono entre estrelas desse tipo, indicando sua antiguidade e relevância para o estudo da evolução estelar após o Big Bang.