Um filme plástico adesivo para proteção de superfícies, como maçanetas, corrimãos, botões de elevadores e telas sensíveis ao toque, é capaz de inativar o novo coronavírus por contato. Lançado pela indústria Promaflex, o material possui micropartículas de prata e sílica incorporadas à estrutura, desenvolvidas pela empresa paulista Nanox, apoiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo.
Em testes feitos no laboratório do Instituto de Ciências Biomédicas da USP, o material à base de polietileno demonstrou ser capaz de eliminar 99,84% de partículas do SARS-CoV-2 após dois minutos de contato.
Metodologia
As amostras do filme plástico adesivo com e sem micropartículas de prata e sílica incorporadas na estrutura foram mantidas em contato direto com o SARS-CoV-2 em intervalos de tempo diferentes.
Após os períodos estipulados, os coronavírus presentes nas amostras do material foram recolhidos e colocados em contato com células Vero – linhagem de células comumente utilizadas em culturas microbiológicas, sintetizadas a partir de células isoladas dos rins de uma espécie de macaco – para permitir avaliar a capacidade de infecção e multiplicação após a exposição ao filme plástico.
Os resultados das análises por quantificação do material genético viral por PCR indicaram uma redução de quase 100% das cópias do SARS-CoV-2 que entraram em contato com amostras do filme adesivo com as micropartículas de prata e sílica incorporadas após dois minutos de exposição ao material.
“Como as micropartículas de prata e sílica são adicionadas na massa do plástico durante a produção, a ação antimicrobiana permanece durante toda a vida útil do material”, afirma Luiz Gustavo Pagotto Simões, diretor da Nanox, à Agência Fapesp.
A fabricante do filme plástico com o aditivo recomenda, porém, o uso por até três meses para evitar o desgaste do material por contato excessivo.
Mercado
O aditivo tem sido utilizado em roupas e tecidos fabricados por empresas como a Santista, o grupo Malwee e a Cedro Têxtil, entre diversas outras, mediante contrato de licenciamento da marca Nanox.
Em tecidos, as micropartículas de prata e sílica são impregnadas na superfície por meio de um processo de imersão, seguido de secagem e fixação, chamado pad-dry-cure. Como é um revestimento, à medida que o tecido é lavado o material vai se desprendendo.