Festival que busca disseminar a discussão científica junto à sociedade civil, o Pint of Science ou Uma dose de Ciência, na tradução livre, tem o objetivo de proporcionar debates interessantes, divertidos e relevantes sobre pesquisas científicas recentes. Com um formato acessível para o público, ele é realizado em locais de descontração, como cafés, restaurantes e bares. O evento, que ocorre pela primeira vez em Belo Horizonte, deseja aproximar os pesquisadores do grande público.
Idealizado por uma comunidade de estudantes de pós-graduação e de pós-doutorado na Inglaterra, o Pint of Science, será realizado, de forma simultânea, em mais de 100 cidades de 12 países em 2016. No Brasil, além de Belo Horizonte, o evento acontece em Campinas (SP), Dourados (MS), Ribeirão Preto (SP), Rio de Janeiro (RJ), São Carlos (SP) e São Paulo (SP).
Em Minas Gerais, o presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), Evaldo Vilela, destaca a importância desta iniciativa. “O que estamos fazendo é aproximar a ciência das pessoas. No bar, onde o ambiente é sempre alegre e as pessoas estão buscando diversão, você para um pouco e fala sobre ciência. As pessoas precisam saber que existe ciência em Minas e conhecer os resultados relevantes que têm sido conquistados. O brasileiro precisa saber que temos pesquisas feitas aqui, e de uma maneira permanente”, disse.
Participante desta edição, a pesquisadora Claudia França, que falou sobre a cultura maker no Brasil, também destacou a importância de criar uma interação entre pesquisador e sociedade. “É superválido a iniciativa de tirar o cientista do espaço acadêmico e levá-lo para promover uma conversa informal com as pessoas. Saber os questionamentos das pessoas, falar um pouco de como funciona a ciência, quais são os processos da ciência, quais são as metodologias, questões que não são discutidas nos locais públicos e que as pessoas não têm conhecimento a respeito”, afirma.
O Pint of Science chega a sua última noite nesta quarta-feira (25). Os bate-papos vão acontecer no Itatiaia Rádio Bar, na Cantina do Lucas e na Cafeteria do MM Gerdau, das 19h30 às 21 horas. A programação inclui conversas sobre inovação, startups, nanotecnologia, entre outros assuntos instigantes. O festival faz parte das comemorações de 30 anos da Fapemig.
Cultura Maker - A Cultura Maker é um movimento social em torno de projetar, construir e modificar coisas com as próprias mãos. Especialista na área, a pesquisadora Claudia França define como, “um movimento para pessoas que rompem fronteiras; que saem da zona de conforto e vão conhecer como as coisas funcionam, como são os processos das coisas, sendo um movimento tanto social quanto tecnológico”.
Ciência e sociedade - Com as mudanças da economia mundial, é fundamental investimentos em projetos que contribuam para a melhoria da qualidade de vida das pessoas, ao mesmo tempo que ajudam no desenvolvimento econômico e social de determinadas regiões. Agências de fomento à pesquisa científica e tecnológica, como a Fapemig, têm papel fundamental neste processo.
O apoio a pesquisas, com o intuito de colaborar para a solução de problemas sociais, tem contribuído para o crescimento dos estudos científicos no Brasil. Entretanto, estes projetos, rotineiramente, acabam ficando limitados ao grupo de pesquisa e seus incentivadores. Pensando nisso, o presidente da Fapemig, Evaldo Vilela, lembra da necessidade da comunidade científica do Brasil apresentar seus resultados para a sociedade. “Temos grupos de pesquisa na UFMG, no Rio de Janeiro, em São Paulo, todos extremamente preparados e com resultados espetaculares. Graças a agências como a Fapemig, Fapesp, Faperj, CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico). As pessoas precisam ficar sabendo disto, por isso eventos como Pint of Science é importante para disseminar o trabalho científico existente em Minas e no Brasil”, fala.
Vilela ainda destaca a importância da Fapemig em criar soluções para os desafios e problemas da sociedade. Para ele “a ciência tem as respostas para os desafios. Uma vez apoiada, ela consegue encontrar estas respostas. Por isso é preciso dialogar com a sociedade, para que ela entenda como é bom apoiar este tipo de trabalho”.