Notas técnicas do projeto Biota Síntese apontam possíveis fontes de financiamentos no modelo “blended finance”
Pesquisadores do projeto Biota Síntese – Núcleo de Análise e Síntese de Soluções Baseadas na Natureza, apresentaram, nesta segunda-feira (21), dois novos produtos que ampliam o alcance de políticas públicas socioambientais no estado de São Paulo, em especial as voltadas às florestas. O primeiro deles trata-se da “Restauração de Ecossistemas: Financiamento por meio de Blended Finance e fundos de biodiversidade” e refere-se ao levantamento de fontes de financiamento para captação de recursos com o objetivo de restauração florestal. Já o “Mapeamento de biomassa e carbono em São Paulo” discorre sobre o apoio ao governo de SP na estruturação de políticas públicas relacionadas ao mercado de carbono.
No “Blended finance”, que são arranjos de financiamento com combinação de fontes, o objetivo é indicar possíveis fontes de recursos financeiros para a restauração de ecossistemas por meio da possível combinação de grupos divididos em Capital Concessional (oriundo de organismos multilaterais, órgãos de fomento, bancos de desenvolvimento, fundos de filantropia, entre outros), Recursos Públicos (compensações de obras de infraestrutura, conversão de multas, entre outras), e Fontes Privadas (doações privadas, fundos verdes nacionais e internacionais, etc). A atuação se dá nas funções de redução de riscos, garantias e provisão de assistência técnica, mobilizando investimentos privados em direção ao desenvolvimento de modelos de negócios baseados em restauração de ecossistemas, agroflorestas e florestas multifuncionais.
“Estes lançamentos têm como objetivo desenvolver estratégias para políticas públicas mais aderentes com a nossa necessidade e realidade. A evolução deste trabalho é fundamental para a conservação e restauração da vegetação nativa no Estado”, destacou o subsecretário de Meio Ambiente, Jônatas Trindade.
Já a análise de mapeamento de biomassa e carbono, elaborada por meio de mapas e dados coletados de diversas fontes, apresenta resultados preliminares da biomassa acima do solo e do potencial de aumento no futuro no Estado. O estudo confirma, entre outras coisas, que a porção leste paulista concentra as maiores áreas de remanescentes florestais, enquanto a oeste apresenta os menores valores de biomassa e grande potencial de ganho por meio da restauração de ecossistemas.
As regiões do Alto e Médio Paranapanema e Paraíba do Sul, além de possuírem grande quantidade de biomassa existente, também apresentam um grande potencial para ganho desse material, que pode ser promovida por meio da restauração.
Projeto Biota Síntese
O projeto integra o programa Ciência para o Desenvolvimento da FAPESP, como um dos Núcleos de Pesquisa Orientada a Problemas em São Paulo (NPOP-SP), e tem apoio das Secretarias de Meio Ambiente, Infraestrutura de Logística (Semil), Saúde e Agricultura e Abastecimento (SAA).
As ações têm por foco estruturar tecnicamente possíveis medidas, diretrizes e estratégias, por exemplo, para apoiar a implementação do Plano de Ação Climática (PAC-2050), que objetiva neutralizar as emissões de gases de efeito estufa até 2050 e promover a adaptação e resiliência dos municípios paulistas para as mudanças climáticas, dentro dos programas da ONU Race to Zero e Race to Resilience, aos quais o Governo de SP aderiu.
As duas publicações já se encontram disponíveis para acesso público, no site do Biota Síntese: https://biotasintese.iea.usp.br/pt/products/