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Pesquisas de ponta em Inteligência Artificial dependem de união da academia e mercado no Brasil (5 notícias)

Publicado em 02 de dezembro de 2021

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Por Laura Martins

Congresso organizado por universidades brasileiras reúne especialistas de todo o mundo para discutir a tecnologia

Entre os dias 29 de novembro e 03 de dezembro, está acontecendo o BRACIS 2021 (Brazilian Conference on Intelligent System). Em sua décima edição, é um tradicional congresso acadêmico sobre Inteligência Artificial com apresentação de artigos e palestras de especialistas de todo o mundo.

Reinaldo Bianchi, professor do Departamento de Engenharia Elétrica da FEI e organizador do evento, revela que a expectativa de público é de aproximadamente 300 pessoas e que, apesar de ser um congresso relativamente pequeno, nos últimos anos a IA começou a chamar a atenção – aumentando a procura inclusive de profissionais que querem conhecer as tecnologias.

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De acordo com o professor, o congresso contribui para aproximar a comunidade acadêmica e as empresas. Com esse foco, a IBM e a NVDIA foram convidadas para palestrar no evento. Ronald Fagin, IBM Fellow na IBM Almaden Research e conhecido por seu trabalho em teoria de banco de dados e teoria de modelo finito, deu detalhes sobre três de seus cases em conjunto com acadêmicos.

O especialista falou sobre a importância de os profissionais trabalharem em conjunto e, para que isso aconteça, deu conselhos para os desenvolvedores de sistemas e para os teóricos:

Desenvolvedores

Explicar que o problema é útil por si só;

Abordagens baseadas em princípios podem melhorar seu produto;

Algoritmos melhores ou novos podem diferenciar seu produto;

Análise de algoritmo pode fornecer expectativas de desempenho e fornecer garantias de produto;

Abstrações podem expandir a função de seu produto.

Teóricos

Novas perguntas serão feitas;

Novos modelos e novas áreas de estudo interessantes surgirão;

A implementação pode revelar fraquezas na teoria;

A teoria será relevante;

“Nós somos, no Hemisfério Sul, a maior comunidade de IA. Há uma comunidade semelhante à nossa na Austrália, porém todo o desenvolvimento é no Hemisfério Norte. Na América Latina, a Argentina tem um pouco de relevância, mas por problemas econômicos, isso foi diminuindo”, cita Reinaldo exemplificando a importância da combinação entre acadêmicos e profissionais de mercado.

Segundo ele, o Brasil hoje equivale aos países “pobres” europeus. Estamos abaixo da Itália, mas junto com a Polônia. E, para ele, a grande preocupação são os cortes de verbas feitos no CNPq. “Nós não somos um país rico, mas estávamos entre os países com alguma relevância. A nossa preocupação, hoje, é a quantidade de profissionais que estão indo embora”, frisa ele.

Hoje, de acordo com Reinaldo, sem os aportes governamentais, é essencial que as empresas nacionais queiram investir na academia. “Afinal, se a gente não fizer tecnologia de ponta, eles não vão conseguir competir com os players internacionais. E, se eles não nos apoiarem, não temos como ter essa pesquisa”, destaca Reinaldo.

A tecnologia de ponta foi o tema, também, da palestra de Pedro Mario Cruz e Silva, da área de Plataformas para AI e HPC da NVIDIA. Ele conversou com os participantes sobre a importância das supermáquinas para o processamento de dados e as simulações que a NVIDIA está fazendo para chegar ao computador quântico.

O evento é organizado pela FEI; pela USP e pelo Centro para Inteligência Artificial (C4AI) – centro de pesquisas criado em uma parceria da IBM, FAPESP, USP, e outras instituições e é promovido pela Sociedade Brasileira de Computação (SBC).