A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES-SP), o Ministério da Saúde (MS) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), divulgou lista de estudos contemplados para o projeto Pesquisa para o SUS: Gestão Compartilhada em Saúde (PPSUS).
Duas pesquisas da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp) estão entre as selecionadas e vão contribuir efetivamente para a busca de novas informações para a área da saúde.
Entre os trabalhos escolhidos está o “Estudo Clínico Epidemiológico em Coorte Prospectiva de Gestantes Infectadas pelo Vírus Zika em São Jose do Rio Preto”, do Prof. Dr. Maurício Lacerda Nogueira, chefe do Departamento de Virologia da Famerp, com investimento de R$ 200 mil.
“O projeto tem o objetivo de acompanhar as gestantes com zika e crianças que nasceram com a doença durante dois anos, a partir de 2017; entender a história natural da infecção e saber quais são as consequências nas mães e nas crianças”, explica Prof. Dr. Maurício, que recentemente tomou posse como Presidente da Associação Brasileira de Virologia.
O outro estudo selecionado é o “Enfrentamento do Aedes aegypti: Ação do quaternário de amônio como potencial atividade inseticida”, da Profª Drª Margarete Teresa Gottardo de Almeida, chefe da disciplina de Microbiologia da faculdade.
“O quaternário de amônio é derivado do óleo de coco, e possui ação antimicrobiana comprovada, inclusive demonstra ser um potencial agente contra o Aedes Aegypti”, explica Margarete. A investigação será iniciada em fevereiro e contará com equipe multidisciplinar, com especialistas da Famerp, Unesp e Sucen.
O Diretor Geral da Famerp, Dr. Dulcimar Donizeti de Souza, explica que a faculdade tem grande contribuição na área de pesquisa brasileira, trazendo elementos que auxiliam na busca de tratamentos, diagnósticos mais eficazes e, principalmente, mais qualidade de vida para a população.
“Hoje a Famerp está integrada à rede Zika e atua diretamente nos testes da vacina dengue, trabalhos intensos e históricos que, no futuro, vão trazer novos caminhos para a saúde no Brasil”, diz.
A chamada contemplou três grandes eixos, considerados prioritários para o fortalecimento do SUS no Estado de São Paulo: 1) Redução da morbimortalidade por doenças e agravos prioritários no Estado de São Paulo; 2) Gestão de Sistemas de Saúde e 3) Tecnologia e inovação no SUS.
Tendo em vista recentes acontecimentos e a descoberta dos efeitos deletérios da infecção pelo vírus Zika para a saúde humana, bem como seu reconhecimento como emergência de saúde pública, projetos relacionados ao combate ao Aedes aegypti e ao enfrentamento às microcefalias associadas à infecção pelo vírus Zika foram considerados prioritários pela Fapesp.