As pesquisas do professor Wagner Farid Gattaz, do Instituto de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP, tentam preencher uma grande lacuna da ciência: o combate à doença de Alzheimer. Uma descoberta recente do professor e sua equipe pode ajudar a detectar precocemente o Alzheimer, assim como ajudar na compreensão do surgimento da doença.
Os estudos mostraram que, em grupos de pacientes portadores da doença e em outros, de pacientes com transtorno cognitivo leve (que têm um risco aumentado para Alzheimer), o nível da enzima fosfolipase A2 no sangue estava reduzido, se comparada com pacientes saudáveis. A hipótese trabalhada agora pela equipe de Gattaz é o fato de a enzima ser um indicador precoce da presença do mal. Sabendo-se que os sintomas da doença se manifestam geralmente após os 60 anos de idade, procura-se por uma possibilidade de detectá-la precocemente, para assim iniciar um tratamento preventivo.
INICIATIVA PIONEIRA
A iniciativa dos trabalhos desenvolvidos no laboratório de Gattaz é pioneira. Segundo o professor, a abordagem dada pela sua equipe aos estudos da fosfolipase iniciou-se de forma pioneira há uma década e a publicação dos resultados da equipe vem chamando a atenção da comunidade científica. "Há uma corrida por informações", diz Gattaz, destacando que a relevância medica e social da doença de Alzheimer faz com que muitas pesquisas se concentrem na doença, buscando mais respostas sobre o mal.
Até o momento, os resultados das pesquisas de Gattaz ainda não possibilitam o uso clínico para o diagnostico precoce e o tratamento. Mas podem representar um importante instrumento de laboratório no futuro, já que na atualidade o diagnostico da doença é feito unicamente com base em seus sintomas clínicos.
A equipe de Gattaz conta com profissionais de diversas áreas, como psiquiatras, especialistas em neuroquímica, geneticistas, entre outros. "Trabalhando de forma multidisciplinar podemos aumentar as chances de realmente contribuir com uma descoberta de impacto para o diagnóstico e o tratamento da doença", afirma o pesquisador.
O projeto conta ainda com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e da Associação Beneficente Alzira Denise Hertzog da Silva, parceiras da equipe de Gattaz no financiamento do laboratório e no pagamento de bolsas a alguns dos pesquisadores.
Mais informações: (0XX11) 3062-9029 ou pelo e-mail gattaz@usp.br
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Agência USP de Notícias