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Pesquisadores validam teste rápido para dengue, zika, febre amarela (29 notícias)

Publicado em 14 de julho de 2020

Os flavivírus compõem uma família de vírus cujos integrantes são responsáveis por várias enfermidades que afetam humanos e animais – entre elas, dengue, zika e febre amarela. Um novo teste, sensível e rápido, para identificar flavivírus foi validado por Mariana Sequetin Cunha e colaboradores no Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo e publicado no periódico Archives of Virology

“Nosso objetivo foi melhorar o monitoramento dos flavivírus no Brasil por meio de um método confiável. E, para isso, utilizamos a técnica RT-qPCR (da expressão, em inglês, Real-Time Quantitative Polymerase Chain Reaction), diz Sequetin.

Essa técnica – que pode ser descrita mais extensamente como “transcrição reversa seguida da reação em cadeia da polimerase em tempo real” – permite detectar a molécula-alvo de RNA durante a própria realização do exame. E tornou-se agora uma espécie de padrão-ouro para identificação de vírus, uma vez que foi recomendada pela Organização Mundial de Saúde para a testagem do novo coronavíus.

“Até recentemente, o principal método usado no Brasil para identificação dos flavivírus exigia inocular o material suspeito, colhido de pacientes humanos ou animais, nos cérebros de camundongos neonatos. Quando comecei a pesquisar no Instituto Adolfo Lutz em 2012, minha ideia foi estabelecer um método alternativo, que prescindisse dos camundongos, submetendo diretamente as amostras, extraídas do sangue, soro ou vísceras dos pacientes, à PCR quantitativa em tempo real”, afirma Sequetin.

A questão-chave era saber quão sensível poderia ser a RT-qPCR, de modo a identificar na amostra mesmo uma concentração muito baixa de vírus. A pesquisadora conta que havia, no Instituto Adolfo Lutz, uma grande quantidade de camundongos, inoculados na década de 1990 e congelados a 80 graus negativos (-80º C). “O que fiz foi extrair o material genético dos cérebros desses animais e, por meio da titulação de soluções cada vez mais diluídas, avaliar o limite de detecção da RT-qPCR para as diferentes variedades de flavivírus”, diz.

O protocolo estabelecido mostrou-se altamente sensível e específico, podendo ser utilizado para o diagnóstico diferencial dos diferentes flavivírus que ocorrem no Brasil. E também para o monitoramento viral em animais sentinelas e vetores.

“Vamos testar agora em amostras novas que estamos recebendo. Acredito que haja nelas, especialmente em mosquitos, variedades de flavivírus ainda não descritas na literatura”, conclui Sequetin.

A pesquisa recebeu apoio da FAPESP por meio do projeto temático “Estudo epidemiológico da dengue (sorotipos 1 a 4) em coorte prospectiva de São José do Rio Preto, São Paulo, Brasil, durante 2014 a 2018”, coordenado por Maurício Lacerda Nogueira, e do projeto regular “Estudo de alterações patológicas em situações ligadas à perícia em medicina veterinária”, coordenado por Paulo Cesar Maiorka.

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