Vírus foi detectado em morcegos no Ceará, mas não há evidências de que possa infectar humanos.
Uma pesquisa conduzida por cientistas do Ceará e de São Paulo, em colaboração com a Universidade de Hong Kong, identificou um coronavírus em morcegos com semelhanças ao causador da Síndrome Respiratória do Oriente Médio (Mers). Trata-se do primeiro registro desse tipo de vírus na América do Sul. O estudo foi publicado nesta terça-feira (18) no Journal of Medical Virology, periódico dos Estados Unidos.
Os pesquisadores analisaram amostras de cinco morcegos coletados pelo Laboratório Central de Saúde Pública do Ceará (Lacen), em Fortaleza. Durante a investigação, foram identificados sete coronavírus distintos nos animais, pertencentes a duas espécies – uma insetívora e outra frugívora, que se alimenta de frutas e vegetais.
Embora o vírus recém-identificado apresente semelhanças com o que causou a Mers, não há evidências de que possa ser transmitido para humanos. A Mers foi detectada pela primeira vez em 2012, na Arábia Saudita, e desde então causou mais de 800 mortes em 27 países. Apesar de sua letalidade, a doença não evoluiu para um surto de alcance global.
O estudo faz parte do projeto Morcegos: vigilância epidemiológica, filodinâmica de alta resolução, busca e design de peptídeos de interesse biotecnológico em vírus emergentes e reemergentes, que recebe apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). Os cientistas destacam que novas análises são necessárias para compreender melhor as características do vírus e seu potencial impacto. As informações são da Agência Brasil.