Fundada em 1993 com o objetivo de servir de base para projetos científicos do Museu Paraense Emílio Goeldi, a Fazenda Nacional do Caxiuanã, com 33 mil hectares, localizada a
Desta vez, os pesquisadores conseguiram identificar uma espécie inédita do gênero Atractus, que desde 2003 não ganhava um novo exemplar. Agora, são 15 espécies identificadas em toda a Amazônia brasileira. No total, desde a América Central até o Sul do Brasil, o grupo soma cem espécies.
Bastaram três exemplares para que Ana Lúcia da Costa Prudente, pesquisadora da Coordenação de Zoologia do MPEG, notasse a novidade taxonômica, após a análise comparativa entre os répteis coletados e outros depositados nas coleções do museu.
"A Atractus caxiuana, como foi nomeada a serpente, em homenagem à floresta, tem cauda totalmente negra, apresenta duas manchas brancas atrás de cada olho e escamas na cabeça bem particulares, o que torna sua escutelação [padrão de distribuição das escamas] cefálica bem diferente das outras espécies", explicou Ana Lúcia à Agência FAPESP.
"A novidade foi achar esse conjunto de caracteres em um mesmo exemplar", disse a cientista, que fez a descrição ao lado de Maria Cristina dos Santos Costa, pesquisadora do Departamento de Ciências Biológicas da Universidade Federal do Pará (UFPA). A Atractus caxiuana não é peçonhenta.
Ana Lúcia afirma que, no âmbito da pesquisa básica, essa descoberta é importante para o aumento do conhecimento da biodiversidade brasileira, em especial na região amazônica. Indiretamente, o estudo também reforça a utilidade que existe em preservar grandes áreas florestadas na região.
Como é praxe em toda descoberta zoológica, um dos três animais coletados foi designado como a prova física de que a espécie realmente existe. "Chamamos esse exemplar de holótipo por ser o que melhor reúne todos os caracteres identificados na espécie. As descrições do holótipo são utilizadas como referência pela comunidade científica mundial e servem para revisões futuras da espécie", explica Maria Cristina.
O artigo sobre a descoberta da Atractus caxiuana foi publicado na Zootaxa, publicação avaliada com conceito máximo pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), do Ministério da Educação. No endereço www.mapress.com/zootaxa é possível ler o resumo do artigo com a descrição da espécie. [Fapesp]