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Pesquisadores identificam mecanismos moleculares associados à microcefalia por zika (47 notícias)

Publicado em 27 de julho de 2022

Pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), do Instituto D´Or de Pesquisa e Ensino e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) identificaram processos moleculares que podem estar associados à microcefalia em bebês cujas mães foram infectadas pelo vírus zika.

A descoberta de um modelo, no nível molecular, para a compreensão do conjunto de sequelas causadas pela ainda durante as gestação e abre caminho para que novos alvos terapêuticos sejam desenvolvidos.

O estudo, publicado na revista Neurobiologia Molecular RNA energias e células expressas também controla a expressão de proteínas das células (proteínas) e formação que, ao invadir o cérebro em dos, o vírus zika controla a produção de células no núcleo.

De acordo com o modelo proposto, essas células interferem, principalmente, na mudança de definição da aparência dos predecessores dos oligodenócitos, neurais responsáveis ​​pela produção de mielina, uma substância lipídica fundamental a troca de informação entre conexões.

“Com a análise da expressão das proteínas presume-se que os oligodendrócitos surjam menos maturados, o que pode levar a déficits na formação da bainha de mielina, com consequências muito ruins para o cérebro dos bebês em desenvolvimento “, afirma Daniel Martins-de-Souza, professor do Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas (IB-Unicamp) e coordenador da pesquisa.

O estudo foi apoiado pela FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) por meio da bolsa de pós-doutorado de Juliana Minardi Nascimento, primeira autora do artigo e de mestrado de Danielle Gouvêa Junqueira.

“Normalmente, quando qualquer vírus infecta uma célula, ele tem por objetivo dominá-la para poder se multiplicar e adiantado para outras partes do organismo hospedeiro. No zika, ao invadir especificamente células como células, ao contrário da linha comum maior na expressão de proteínas combinadas a finalidades clássicas, observamos a maioria das combinações ao metabolismo”, explica a maioria das associações ao metabolismo.

Para chegar a dois experimentos diferentes. Primeiro, eles infectaram células-tronco neurais humanas com uma linhagem brasileira do vírus zika para identificar uma expressão na expressão de proteína. As células-tronco neurais humanos foram a partir de células-tronco pluripotentes induzidas, ou seja, células da pele reprogramadas para gerar células-tronco neurais.

Depois do estudo com as células-tronco, os pesquisadores usarão as neuroesferas infectadas (órgão desenvolvido in vitro que simula a morfologia e o funcionamento da parte do cérebro) para observar o que pode ocorrer durante o neurodesenvolvimento.

Para comparar os resultados, os repetiram os experimentos com células-tronco neurais e neuroesferas infectadas pelo vírus da dengue e pela linhagem africana do vírus zika –normalmente, ambos não infectam células do cérebro, e muito menos provocam casos de microcefalia.

Isso ocorreu na natureza. análise proteômica e também para entender o que o zika brasileiro dispara nas células neurais”, explica Martins-de-Souza.

“Nos experimentos realizados nas células-tronco neurais, o zika neurais, o zika linha um comportamento muito diferente dos dois dois vírus apresentados. modulou essa parte importante do desenvolvimento neuronal, refletindo na aprendizagem de métodos e células [astrócitos, micróglias e oligodendrócitos]”, diz.

Nas neuroesferas, a atuação também foi diversa. “Mais uma vez, a linhagem brasileira do zika modulou o metabolismo celular e também controlou o metabolismo do RNA [que está sendo expresso no núcleo das células infectadas]fatores importantes para explicar a microcefalia “, pontuou.

Fio desencapado

Martins-de-Souza explica que a ação do vírus em superativar ou uma expressão de proteínas associadas ao metabolismo tem vários efeitos. No caso da linhagem brasileira, a substituição ocasional de déficits na evolução de células neurais importantes para o desenvolvimento cerebral dos bebês.

porque uma família de proteínas chamadas hnR (sigla em inglês) é relacionada ao metabolismo celular que mudou mudanças na expressão.

“Elas são muito importantes na formação, no desenvolvimento e no desenvolvimento dos oligodenócitos e, por consequência, na produção da bainha de mielina. fetal”, afirma Martins-de-Souza.

O pesquisador da metáfora de fios elétricos para explicar a importância da bainha de mielina no funcionamento do cérebro. “A bainha de mielina seria uma espécie de encapsulamento dos fios do cérebro”, compara.

Vale lembrar que os neurônios se conectam tanto quimicamente por meio de impulsos elétricos. “No cérebro, a bainha de mielina seria uma espécie de proteção dos axônios [parte dos neurônios que transmite impulsos elétricos, as sinapses]. Quando não há sequer a produção dos oligodendrócitos para que haja a bainha de mielina ‘encapando’ os funções perde-se essa energia”, diz.

Martins-de-Souza ressalta que os oligodendrócitos são células que já apresentam no neurodesenvolvimento dos bebês dentro do útero da mãe, com papel importante para o desenvolvimento cerebral.

“Por mais que os oligodendrócitos não executem a tarefa de promover a bainha de mielina tão cedo [isso acontece apenas nos primeiros anos de vida do bebê], eles têm a função de manter o metabolismo das energias. Quando esse processo tão importante de formação não ocorre um conteúdo, a mudança de linha importante no neurodesenvolvimento vai garantir a formação”, afirma.