Está sendo estudado por pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Araraquara (SP), a viabilidade de usar a água residuária da indústria de suco de laranja para produzir hidrogênio, uma fonte de energia renovável, inesgotável e não poluente. O estudo, apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), está em andamento no Centro de Monitoramento e Pesquisa da Qualidade de Combustíveis, Biocombustíveis, Petróleo e Derivados (Cempeqc).
"A vantagem de produzir hidrogênio a partir de águas residuárias é aproveitar, de maneira sustentável, uma fonte de carbono que hoje está sendo descartada", argumentou Sandra Imaculada Maintinguer, pesquisadora do Cempeqc.
Segundo a pesquisadora, a intenção é reaproveitar a energia gerada localmente na própria indústria para abastecer as bombas dos sistemas de tratamento biológico, por exemplo. O método poderia beneficiar não apenas o setor citrícola, como o sucroalcoleiro, indústrias de refrigerantes, cervejas e de outros alimentos, afirmou.
O hidrogênio é quase três vezes mais energético que os hidrocarbonetos e que o metano e quatro vezes mais que o etanol. No entanto, em razão do custo ainda elevado de armazenamento e transporte, seria inviável usar o gás, por exemplo, para substituir a energia hidrelétrica, ainda muito barata no Brasil.
O Ministério de Minas e Energia tem planos para introduzir o hidrogênio na matriz energética do País até 2025, inclusive como combustível automotivo. Uma das metas do governo brasileiro é que, após 2020, toda a produção do gás seja obtida a partir de fontes renováveis.
(Agência Gestão CT&I, com informações da Fapesp)