Segundo dados do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, os medicamentos ainda irão passar por novos testes
Pesquisadores do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), no âmbito da Rede Vírus em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), identificaram nesta segunda-feira (6), duas moléculas capazes de agir contra o Sars-Cov-2, vírus responsável pelo coronavírus. A informação foi divulgada no Comunicado Interministerial dessa terça-feira (7)
Segundo o MCTIC, por meio de ferramentas avançadas de biologia computacional e inteligência artificial, os pesquisadores do CNPEM avaliaram cerca de dois mil fármacos já aprovados, conhecidos e comercializados.
Após as avaliações, cinco foram considerados promissores, com base em métodos de biologia computacional. Posteriormente somou-se aos cinco fármacos selecionados previamente uma sexta substância, escolhida por técnicas de quimioinformática e inteligência artificial.
Ainda segundo o ministério, dos seis medicamentos promissores para o tratamento de COVID-19, dois se mostraram capazes de reduzir significativamente a carga viral, combatendo o vírus. Um deles com desempenho numericamente comparável ao da cloroquina. Além da eficácia contra o COVID-19, os dois medicamentos identificados pelo CNPEM são economicamente acessíveis, bem tolerados em geral, comumente utilizados por pessoas dos mais diversos perfis e, um deles, inclusive, está disponível em formulação pediátrica.
“Estamos bastante animados com os resultados destes ensaios. Contudo, ainda são resultados in vitro, ou seja, na bancada do laboratório. Agora seguiremos para avaliações complementares, ainda na bancada, mas que são fundamentais para que possamos avaliar se esses dois medicamentos poderão ser levados com segurança para estudos clínicos, testes com humanos infectados. Acreditamos que em cerca de duas semanas teremos novos resultados”, afirma Rafael Elias, virologista do CNPEM/MCTIC.
As análises indicam se essas substâncias são capazes de se ligar ao vírus, em lugares específicos, capazes de bloquear a replicação viral.
“Diante do cenário de pandemia, a busca por moléculas em medicamentos já autorizados é estratégica. Ao olharmos para substâncias já avaliadas como seguras, podemos chegar aos testes clínicos, com pacientes humanos, em um intervalo de tempo reduzido, se comparado ao processo normal de descoberta de fármacos”, explica Rafael Elias Marques, especialista em virologia do CNPEM.