Pesquisar os efeitos da radiação UV-B nos organismos vivos é tentar compreender as consequências ecológicas advindas do efeito dessa radiação e o que fazer para minimizar alterações prejudiciais na dinâmica ambiental terrestre. Por isso, um grupo de pesquisadores do Projeto em Rede Climapest, liderado pela Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP) realiza seminário em 5 de maio de 2009, das 14 às 17h, no auditório da Unidade. Eunice Reis, pesquisadora da Embrapa Meio Ambiente explica que o objetivo principal do encontro é contribuir com a divulgação dos estudos científicos recentes de pesquisadores brasileiros sobre o tema, envolvendo os membros da equipe de projeto e promovendo a interação com outros grupos nacionais de pesquisa. O Sol emite três tipos de radiações que diferem entre si quanto ao tamanho de comprimento de onda: a infravermelha, a visível e a ultravioleta, lembra. “Da radiação ultravioleta, sempre incidiram na superfície terrestre os componentes A (faixa de comprimento de onda entre 320 e 400nm) e uma parte da B (faixa de comprimento de onda entre 280 e 320nm). Os seres vivos precisam delas para sobreviver e convivem bem com a radiação A e com parte da B, que era filtrada pela camada de ozônio até surgirem, na década de 80, os buracos nos dois hemisférios, norte e sul, causados pela ação humana, que permitem a incidência de UV-B com maior energia e maior intensidade sobre a Terra. “Os efeitos dessa radiação são mais facilmente verificáveis por meio de microrganismos devido às maiores taxas de mutações no DNA”, esclarece a pesquisadora. “Tais mutações causam, por exemplo, o câncer de pele na espécie humana. Na agricultura alguns microrganismos de extrema importância, por serem causadores de doenças em plantas e também utilizados no controle biológico de pragas agrícolas, podem vir a sofrer alterações genéticas em função do aumento das taxas de mutação decorrentes de maior incidência de raios UV-B, o que poderia trazer consequências ecológicas imprevisíveis”. Na primeira palestra será discutida a indução de alta tolerância ao calor e à radiação UV-B em conídios do fungo Metarhizium anisopliae var. anisopliae. A apresentação será de Drauzio Rangel da Universidade do Vale do Paraíba (Univap). Às 15h, Fernando Andreote, pós doutorando da Embrapa Meio Ambiente em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) fala sobre hotspots de estudos do efeito da radição UV-B sobre comunidades microbianas. São 100 vagas gratuitas. Mais informações pelo telefone 19.3311.2653 ou pelo email sac@cnpma.embrapa.br
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O Serrano