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Correio de Corumbá online

Pesquisadores desenvolvem carne bovina mais saudável

Publicado em 20 janeiro 2014

Além de diferentes tipos de corte, os apreciadores da carne bovina poderão encontrar, futuramente, nos açougues e supermercados do país, versões mais saudáveis do produto, considerado vilão da dieta saudável em razão de seu elevado teor de ácidos graxos saturados e de colesterol.

Pesquisadores da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos (FZEA) da Universidade de São Paulo (USP), campus de Pirassununga, desenvolveram uma carne bovina enriquecida com vitamina E, selênio e óleo de canola, com menor nível de colesterol.

Os resultados das pesquisas que deram origem ao produto, realizadas com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), foram apresentados em congressos internacionais de ciência e tecnologia da carne e de produção animal, realizados nos últimos meses na França, na Turquia e em Cuba.

- Suplementamos a ração de bois da raça nelore com uma dose elevada de selênio orgânico durante um período de três meses de engorda e constatamos que, além de aumentar a quantidade de selênio no sangue dos animais, o teor desse mineral na carne produzida chegou a ser quase seis vezes maior do que a carne de bovinos que não tiveram a ração suplementada - disse o professor da FZEA e coordenador do projeto, Marcus Antonio Zanetti.

Segundo ele, o colesterol no sangue e na carne dos animais que tiveram a ração suplementada com níveis elevados de selênio também diminuiu significativamente.

De acordo com Zanetti, as análises laboratoriais e estatísticas de amostras do sangue e da carne dos animais indicaram que o aumento da quantidade de selênio na dieta provocou alterações nas enzimas glutationa oxidada (GSSH) e glutationa reduzida (GSH). Essas enzimas inibem a ação da enzima responsável pela síntese do colesterol: a HMG-CoA redutase.

O mineral causou aumento da quantidade de GSSH e diminuição de GSH, causando uma redução na síntese do colesterol pela enzima HMG-CoA redutase, afirmou o pesquisador.

Para Zanetti, uma das possíveis explicações para essas mudanças promovidas pelo selênio no nível de colesterol no sangue e na carne dos animais que tiveram a dieta suplementada com selênio é que o mineral faz parte da glutationa peroxidase (GPX) - enzima muito parecida com a HMG-CoA redutase, que possui a capacidade de diminuir radicais livres.

Em contato com a GSH, o mineral transforma a enzima em GSSH, diminuindo a quantidade de substrato para a HMG-CoA redutase.

Fonte: Canal do Produtor