CALIFÓRNIA - A edição da revista Nature destaca um novo tipo de câmera capaz de capturar imagens em movimento com sensibilidade e resolução inéditas.
Desenvolvida por pesquisadores da Universidade da Califórnia em Los Angeles, nos Estados Unidos, a tecnologia, que ganhou o nome de Steam (sigla em inglês para 'microscopia amplificada serial codificada por tempo'), poderá ter importante aplicações na obtenção de imagens em biologia e medicina, entre outras áreas do conhecimento.
A câmera, resultado do trabalho de pesquisa de Keisuke Goda e colegas, tem um tempo de exposição (velocidade do obturador) de 440 picossegundos. Trata-se de valor extremamente ínfimo e até mesmo difícil de imaginar, uma vez que cada picossegundo representa 1 segundo dividido por 1 trilhão.
A velocidade do diafragma não é tão rápida, mas ainda assim impressiona. São 163 nanossegundos, ou bilionésimos de segundo. O resultado é uma câmera que supera facilmente os modelos mais avançados disponíveis atualmente baseados em sensores CCD (dispositivo de carga acoplada, na sigla em inglês).
A principal diferença está em que a nova câmera não usa CCD. Em vez disso, imagens bidimensionais são amplificadas e detectadas com um sensor luminoso de 1 pixel para, em seguida, serem capturadas em um osciloscópio.
Como a câmera amplifica imagens ópticas, ela supera a relação fundamental entre sensibilidade da imagem e a taxa de quadros por segundo que limita a tecnologia CCD.
Além disso, diferentemente de outros métodos de obtenção de imagens em alta velocidade, a nova abordagem não exige esfriamento do objeto a ser registrado nem iluminação de alta densidade.
No artigo agora publicado, os autores demonstram a tecnologia com o registro de imagens contínuas em tempo real de fluxos de microfluidos e da ablação a laser, processo de evaporação que ocorre pela interação do feixe de laser com a superfície do alvo a ser evaporado.
As informações são da Agência Fapesp