Pesquisa identifica gene IFIT3 como chave na resistência ao SARS-CoV-2 em mulheres assintomáticas
Pesquisadores da USP (Universidade de São Paulo) integram estudo que identificou um gene que pode oferecer proteção contra a covid-19. O estudo, feito no Cegh-cel (Centro de Estudos do Genoma Humano e de Células-Tronco) da USP e financiado pela FAPESP , foi publicado na 3ª feira (26.nov.2024) na revista Frontiers in Cellular and Infection Microbiology . A pesquisa analisou casais sorodiscordantes para o SARS-CoV-2, revelando a superexpressão do gene IFIT3 em mulheres assintomáticas. Eis a íntegra (PDF – 564kB).
O estudo envolveu a análise de células sanguíneas de seis casais, onde as mulheres, apesar de expostas ao vírus por seus maridos infectados, permaneceram resistentes ao SARS-CoV-2. Mateus Vidigal, 1° autor do artigo, destacou a importância do gene IFIT3 na resposta antiviral, já conhecido por sua relação com a proteção contra outras doenças virais, como dengue e hepatite B.
A pesquisa demonstrou pela 1ª vez a eficácia protetora desse gene contra o SARS-CoV-2, sugerindo que as mulheres foram infectadas, mas o vírus não se multiplicou significativamente devido à ação da proteína IFIT3.
A proteína codificada pelo gene IFIT3 impede a replicação do RNA viral, bloqueando a progressão da doença. O mecanismo de defesa interrompe a replicação viral nas células, evitando a manifestação da doença. O estudo também abre caminho para o desenvolvimento de novas terapias antivirais, com o IFIT3 emergindo como um potencial alvo terapêutico.