Uma tarefa desenvolvida por cientistas da USP, em parceria com a Unifesp e a Fiocruz, visa ampliar um imunizante barato com proteção duradoura, contra variantes, capaz de bloquear a ação do novo coronavírus mesmo no nariz.
São Paulo – Pesquisadores da USP, em associação com a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), preparam uma tarefa para criar uma vacina em spray nasal contra o coronavírus. , o imunizante foi apresentado na última segunda-feira (30) do Ciclo de Ciência e Inovação ILP-FAPESP.
“Um dos benefícios da imunização nasal é que ela gera imunidade local no nariz, orofaringe (parte da garganta apenas da boca) e nos pulmões. Este é precisamente o “território” ideal para evitar a consolidação de um SARS. As vacinas injetáveis são muito inteligentes para induzir a imunidade sistêmica e também nos pulmões, mas não são especialmente inteligentes para gerar uma reação protetora na região nasal e orofaríngea”, explica o professor da Faculdade de Medicina (FM-USP) e pesquisador do Laboratório de Imunologia do Instituto do Coração (InCor) Edécio Cunha Neto, em reportagem de André Julião, da Agência FAPESP.
Segundo o pesquisador, o objetivo é que o novo agente imunizante gere anticorpos neutralizantes de longa duração e estimule robustamente a imunidade celular, mediada através de linfócitos T, que destroem o patógeno e as células inflamadas.
“As vacinas que existem hoje são excelentes, evoluíram em tempo recorde, mas agora queremos um agente imunizante de segunda geração que possa contornar os transtornos que ocorreram com a vacinação e servir de reforço para injetáveis”, diz Cunha Neto, da Agência FAPESP.
Testes preliminares realizados com duas doses de antígenos protótipos levaram à geração de quantidades máximas de anticorpos neutralizantes em camundongos. Segundo o pesquisador, o produto deve ser sólido à temperatura ambiente, seguro, de baixa carga e controlando todo o procedimento de produção em que os ensaios clínicos devem ser realizados em 2022.
As vacinas utilizadas ultimamente para combater o Covid-19 são intramusculares e visam diminuir a ameaça de internação e morte pela doença; no entanto, não impedem a contaminação imaginável, embora estudos mostrem que a transmissão possivelmente seria minimizada devido à minimização da carga viral de imunizar outras pessoas que estão inflamadas em comparação com as não vacinadas.
Globalmente, cerca de trezentos vacinas estão sendo testadas, somando 12 vacinas intranasas, algumas das quais já estão sendo testadas em humanos. A imunologista espanhola Adelaida Sarukhan atesta que as vacinas intranasais têm “muitas vantagens” para combater vírus respiratórios, como o novo coronavírus. Vantagens, há o fato de que “induzem forte imunidade mucosa, que é caracterizada pela secreção de anticorpos IgA, capazes de prevenir infecção na ponta do nariz imediatamente, antes que o vírus tenha tempo para refletir e ter sucesso nos pulmões”. “, explica, cerca de 20 minutos.
Com a Agência FAPESP