São Paulo vai ganhar nos próximos dias um novo barco para pesquisas oceanográficas. Já na primeira semana de junho, cientistas devem sair com a embarcação para a sua primeira expedição no litoral de Pernambuco, entre a ilha de Itamaracá e o arquipélago de Fernando de Noronha.
O Alpha Delphini é o primeiro barco oceanográfico inteiramente construído no Brasil. Ele foi produzido no Estaleiro Inace, no Ceará.
A embarcação faz parte de projeto do Instituto Oceanográfico, da Universidade de São Paulo, e é financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Foi construído com o objetivo de aumentar a capacidade de pesquisa no Estado.
Com a embarcação, os cientistas do Estado passam a contar com dois navios, o Alpha Crucis foi entregue em maio de 2012, para fins de pesquisa oceanográfica, de acordo com a Agência Fapesp.
“As duas embarcações se complementam perfeitamente em termos de possibilidades de pesquisas oceanográficas e foram concebidas para atuar dessa forma”, explica o diretor do IO-USP Michel Michaelovitch de Mahiques.
“O Alpha Delphini tem autonomia e capacidade de pesquisa intermediária. Ele completa uma necessidade que tínhamos de contar com uma embarcação que cobrisse o que chamamos de plataforma continental – uma área que começa na linha da costa e atinge até 200 metros de profundidade”, explica.
O custo do barco foi de R$ 5,5 milhões. A Fapesp destinou R$ 4 milhões. O restante foi financiado com recursos do próprio IO-USP. O barco tem 26 metros de comprimento, capacidade para transportar dez pesquisadores, além da tripulação, e autonomia de 10 a 15 dias.
“Estimamos que a demanda pela utilização do Alpha Delphini será maior do que a do Alpha Crucis, porque é uma embarcação mais adequada para pesquisas na plataforma continental e permite realizar cruzeiros mais curtos e com um custo menor do que os do navio oceanográfico”, diz Mahiques.