Gás que causa o efeito estufa pode ser reprocessado em acetona e metanol, produtos de alto valor agregado, durante outros processos industriais
Pesquisadores do Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais, da UFSCar, exploram métodos que absorvem o gás carbônico (CO2) e o transformam em compostos químicos que têm valor agregado.
O estudo foi descrito em uma revista científica internacional e mostra alternativas para reduzir as emissões do gás que é apontado como causador do efeito estufa na atmosfera.
Os pesquisadores do Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão, da Fapesp, em São Carlos, esperam que a mimetização de processos naturais, como a fotossíntese pode ser uma saída para a captação do dióxido de carbono, assim como acontece nas plantas.
Os pesquisadores adicionaram óxido de cobre a um semicondutor composto por bismuto. A adição do composto químico melhorou a absorção de luz visível e a produção de acetona e metanol, dois compostos baseados em carbono largamente usados na indústria.
A pesquisadora Lucia Mascaro explica que o método permite que o CO2 seja capturado em grande quantidade logo quando é produzido, como na extração de petróleo ou na produção de aço e hidrogênio. Com o fotocatalizador, é possível transformar o gás que iria para a atmosfera em outra molécula orgânica, que pode ser um combustível ou outro produto de valor agregado.
As possibilidades apontadas são largamente usadas pela indústria. A acetona, por exemplo, é usada desde solvente até na produção farmacêutica, de explosivos e na síntese química, dando início à fabricação de outros compostos mais complexos. O metanol também pode ser usado como solvente, como combustível em carros e aviões e na produção de biodiesel e de plásticos, bem como na extração de produtos de origem vegetal ou animal.