Um grupo internacional de pesquisadores participa até esta sexta-feira (13), em Belém (PA), da segunda reunião de trabalho da avaliação global "Polinização, polinizadores e produção de alimentos" para a Plataforma Intergovernamental de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (IPBES, na sigla em inglês).
A avaliação será o primeiro diagnóstico temático realizado pelo organismo intergovernamental independente, criado em 2012, com a função de organizar o conhecimento científico acumulado sobre a biodiversidade para subsidiar decisões políticas em âmbito mundial.
Além de um relatório técnico, com seis capítulos de 30 páginas cada, a avaliação deverá apresentar um texto destinado aos formuladores de políticas públicas sobre o tema.
"Participam da reunião de trabalho, em Belém, os coordenadores dos seis capítulos que vão compor a avaliação, além de membros da força tarefa sobre indígenas e conhecimento regional do IPBES, liderados por Douglas Nakashima, chefe da seção para pequenas ilhas e conhecimento indígena da Unesco [Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura], e revisores externos", disse Vera Imperatriz Fonseca, pesquisadora do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (USP) e do Instituto Tecnológico Vale Desenvolvimento Sustentável (ITVDS), à Agência FAPESP.
"Os revisores externos foram indicados oficialmente pelo IPBES para essa função", disse Fonseca, que coordena a avaliação ao lado de Simon Potts, professor da University of Reading, do Reino Unido.
De acordo com Fonseca, a ideia do trabalho é, além de avaliar o conhecimento sobre polinização, identificar estudos necessários na área para auxiliar os tomadores de decisão dos países a formular políticas públicas para a preservação dos serviços ecossistêmicos prestados pelos animais polinizadores.
Para isso, foram indicados por um Painel Multidisciplinar de Especialistas do IPBES 75 pesquisadores oriundos dos 124 países-membros, além de observadores da plataforma intergovernamental aberta a todos os países membros da Organização das Nações Unidas (ONU).
Do grupo de 75 pesquisadores, dois foram escolhidos para coordenar o trabalho - de duas das cinco regiões da ONU - e alguns foram indicados para desempenhar a função de revisores externos da avaliação. Estes também participam da reunião de trabalho em Belém.
"Nós ainda contaremos com o suporte da força tarefa sobre indígenas e conhecimento tradicional do IPBES nesta fase da avaliação", disse Fonseca. Segundo ela, os textos já elaborados pelos componentes da avaliação estão sendo elaborados e analisados.
As próximas etapas do trabalho serão a apresentação do texto final aos governos para análise e compilação das marcas de revisão, e a apresentação de um novo texto à terceira avaliação, que será realizada em julho, em Roma.
"O documento final será então traduzido para as línguas oficiais da ONU e apresentado para julgamento em reunião plenária prevista para ser realizada em fevereiro de 2016, em Kuala Lampur, na Malásia", contou.
Leia a reportagem completa no site da Agência Fapesp.
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