Pesquisadores da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FCFRP/USP) estão testando em camundongos a técnica que associa corrente elétrica de baixa intensidade com medicamentos para o tratamento de câncer de pele. Resultados preliminares do estudo foram apresentados nos Estados Unidos, durante a FAPESP Week Nebraska-Texas, realizada na semana passada.
No estudo, os pesquisadores pretendem fazer com que os medicamentos utilizados no tratamento se concentrem na região abaixo da camada mais fina da pele – o estrato córneo – que necessita da terapia, evitando que se chegue ao sangue do paciente.
Os pesquisadores induziram nos animais a formação de um tumor do tipo carcinoma de células escamosas – um dos tipos mais frequentes de câncer de pele – por meio de uma injeção subcutânea de células tumorais humanas que superexpressam o gene EGFR (receptor do fator de crescimento epidérmico, na sigla em inglês).
Parte dos roedores recebeu a formulação no tumor por meio de injeções subcutâneas e parte por aplicação pelas correntes elétricas. O grupo que recebeu a formulação associada as correntes apresentou uma redução tumoral significativamente maior do que o que recebeu por via injetável.
“Além de reduzir o tamanho do tumor, o tratamento tópico o deixou menos agressivo. Acreditamos que esse método associado à iontoforese permite que o fármaco se disperse por toda a área tumoral, enquanto na aplicação subcutânea ele fica concentrado em um só local” relatou a professora da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP-USP), Renata Fonseca Lopez.
Porém, Renata aponta que um dos desafios para esse tipo de tratamento é fazer com que o medicamento consiga atravessar a camada mais superficial da pele, composta basicamente de células mortas, já que ela explica que, embora essa seja uma importante barreira contra a entrada de microrganismos, também dificulta a penetração dos remédios.
Com informações Agência Fapesp